A Embrapa Semiárido está celebrando 50 anos de atuação como referência nacional em pesquisas agropecuárias voltadas para o Semiárido brasileiro. Com impacto direto na agricultura irrigada, fruticultura, manejo da Caatinga e tecnologias de convivência com o clima, a instituição realiza entre os dias 19 e 22 de maio, em Petrolina (PE), o seminário comemorativo “Ciência que promove o futuro”.
A pesquisadora Diana Signor Deon explicou que o seminário está estruturado em dois momentos distintos. “É, o nosso seminário tá dividido em duas grandes partes. Uma parte que a gente chamou de trajetória, que é um olhar para o passado, uma valorização de tudo aquilo que a gente já fez, de todos os pesquisadores, analistas, técnicos, enfim, todos os funcionários que já passaram pela empresa, de tudo que já foi gerado de tecnologia para o semiárido, e um segundo momento que são os painéis em que a gente vai olhar para o futuro, quais são os próximos desafios da agricultura brasileira, em específico da agricultura no semiárido”, afirmou.
Segundo ela, o trabalho da unidade abrange toda a região semiárida. “A Embrapa Semiárido tem a missão de trabalhar para o Semiárido todo. Embora aqui em Petrolina e Juazeiro a gente tenha um polo grande de fruticultura irrigada e, com certeza, a gente tem várias tecnologias nessa área, né? Para agricultura irrigada, por exemplo, a gente tem variedades de uva que foram lançadas. Temos inclusive um lançamento de variedade muito recente. Temos aí o porta-enxerto para goiabeira resistente ao nematoide”
A pesquisadora também destacou o foco da instituição na agricultura de sequeiro, na pecuária e na conservação da Caatinga. “A nossa atuação é para todos os agricultores. Então, para os agricultores de sequeiro, para os pecuaristas e também um olhar para recuperação das áreas de Caatinga. O manejo florestal, a questão da palma forrageira, da segurança hídrica, por exemplo, que é tão importante para quem trabalha com a agricultura dependente de chuva. A gente sabe que o semiárido é muito desafiador por conta da precipitação e desse balanço hídrico. A precipitação junto com uma evaporação elevada”, pontuou.
Ela ainda citou tecnologias voltadas à captação e reaproveitamento de água. “A gente tem várias tecnologias relacionadas à captação e manejo de água de chuva, as cisternas, o reuso de águas cinzas domiciliares para produção de pequenos pomares. […] Só para terminar essa parte aí de segurança hídrica também, é, pesquisas muito importantes relacionadas ao aproveitamento de águas subterrâneas ricas em sais.”
O assessor de comunicação da Embrapa Semiárido, Francisco Evangelista, destacou a importância do tema escolhido para o seminário. “Na verdade, esse tema é um tema que a gente tenta conciliar o que a gente já fez até agora nesses 50 anos, os desafios atuais e o que temos para amanhã. Porque o trabalho que a Embrapa desenvolve é um trabalho que busca sempre, trazer inovações para a agropecuária, especialmente de todo o semiárido”
Ele acrescentou que a escolha do verbo no presente, no título do evento, reforça a continuidade das ações da empresa. “Esse tema ‘Ciência que promove o futuro’. Quando a gente usa esse verbo no presente é porque o trabalho da Embrapa é um trabalho que não para, é um trabalho que tá sempre antenado no que a sociedade tá perguntando, no que a agricultura, o que o campo está precisando que a Embrapa possa dar respostas.”
Francisco também ressaltou a atuação em rede da instituição. “Com certeza, o trabalho que a Embrapa desenvolve não é feito isoladamente, é feito com muitos parceiros. Além dos produtores, nós temos as universidades. A Embrapa, por exemplo, é uma grande formadora de profissionais. Vários estudantes das universidades da região – e de fora também – têm oportunidade de fazer estágios, de atuar como bolsistas, desenvolver dissertações de mestrado, teses de doutorado. Inclusive, hoje, tanto internamente, no quadro da Embrapa, nós temos vários pesquisadores e profissionais que são ex-estudantes que passaram pela Embrapa, como em outras instituições também.”