A Câmara de Petrolina aprovou, por 13 votos à favor e três contrários, o Requerimento nº 708/2023 de autoria do vereador Gilmar Santos, uma moção de aplausos ao Presidente Luís Inácio Lula da Silva e ao Ministério das Cidades, através do ministro Jáder Barbalho Filho, pela retomada do Programa Minha Casa Minha Vida, que, inclusive, contemplou Petrolina com 950 novas unidades.
Mas é claro que a honraria não passaria despercebida entre os parlamentares da casa e , sendo assim, o requerimento foi votado em destaque dos demais por solicitação do vereador Ronaldo Silva. Apesar de tratar-se de uma proposição do líder da oposição, na sua justificativa, Ronaldo chegou a afirmar que nunca votaria uma moção de aplausos para Lula. “Eu sempre respeitei a posição de cada um nesta Casa e espero também que possam compreender e respeitar a nossa opinião, onde jamais esse vereador votará em uma moção de aplausos para Lula. Nunca pense nisso. Todos vocês sabem, Petrolina, o Vale do São Francisco e o mundo sabem que eu sou anti-Lula, então jamais darei uma moção de aplausos para ele. Lula pode pintar o Brasil de ouro, ele não terá o voto deste vereador”, reforçou Silva.
O líder do governo, Diogo Hoffmann também afirmou votar contra a moção de aplausos para Lula. Segundo o parlamentar, a gestão do ex-presidente, Jair Bolsonaro, foi a que mais investiu em Petrolina e por isso não há motivos para validar a homenagem. “Foram milhões e milhões aportados [por Bolsonaro] para o desenvolvimento de obras, ampliações. Por isso, registo aqui também todo o meu voto contrário à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
O presidente da Casa, Aero Cruz, afirmou que, apesar de não ter apoiado Lula nas últimas eleições, votaria a favor por entender seu papel institucional na Câmara. Ele revelou não apenas ter votado em Bolsonaro, como também apostou em sua vitória nas últimas eleições presidenciais, mas aconselhou que os colegas “desmanchassem os palanques”. “Lá na próxima eleição nós vamos decidir quem apoiaremos. Então, não quero dizer que o PT está fazendo o bom, porque todos os partidos têm algumas situações que a gente não concorda, não concordamos com a postura de alguns militantes, mas eu preciso que a gente entenda que chegou o momento de desmontar os palanques”, aconselhou.
O vereador Gilmar Santos defendeu a homenagem ao presidente da república. “Nós estamos aqui votando nesta moção de aplausos ao governo do presidente Lula e não à pessoa do presidente Lula. Não estamos fazendo uma moção de aplausos porque ele fala bonito, porque é afetuoso, porque mora em lugar A ou B, ou tem um amigo A ou B. Estamos reconhecendo um governo e a postura responsável desta Casa, respeitando, não o princípio ideológico, partidário, mas a democracia e de reconhecer as políticas públicas, estruturadas e de qualidade para ajudar as pessoas que estão hoje em desespero nesta cidade”.
Wenderson Batista registrou seu voto de abstenção, o primeiro em seu mandato. “Tem horas que eu fico aqui olhando e não sei se eu que sou doido ou se vejo e escuto demais. Estou há três anos nesta casa e já vi entrarem em pauta as moções de aplausos para o prefeito por algum ato, alguma ação, para os nosso deputado Fernando Filho ou para o ex-senador Fernando Bezerra Coelho e vejo ‘nego’ (sic) se arvorar, dizer que não fez mais do que a obrigação. Aí já começa a palhaçada da mudança de nome do programa de habitação. O povo não quer saber disso não, olha o tempo que esta casa está perdendo para votar uma moção de aplausos. O governo está fazendo a sua obrigação, a política de habitação existe desde que o mundo é mundo”, apontou o vereador.
Manoel da Acosap também optou pelo discurso institucional, e foi mais um a lembrar as negativas de Gilmar Santos em aprovar em outras moções de aplausos propostas pela bancada de situação.
No final do debate, o Requerimento nº 708 foi aprovado por 13 votos.
Votaram contra os vereadores Ronaldo Silva, Diogo Hoffmann e Josivaldo Barros.
À favor, foram os vereadores Gilmar Santos, Samara da Visão, Gaturiano Pires, Maria Elena, Lucinha, Manoel da Acosap, Rodrigo Araújo, Gilberto Melo, Major Enfermeiro,Elismar Gonçalves, Marquinhos do 04, Zenildo Nunes e Marquinhos Amorim.
As abstenções foram de Wenderson Batista, Capitão Alencar e Alex de Jesus.
(Foto: Nilzete Brito/Ascom CMP)