A partir de hoje (1), o programa Nossa Voz inicia oficialmente as comemorações pelos seus 20 anos no ar. Duas décadas depois de sua estreia, em agosto de 2005, o projeto que nasceu simples em formato, mas ousado na missão, tornou-se uma das principais referências de jornalismo comunitário do Vale do São Francisco.
Criado com o propósito de ser ponte entre a população e o poder público, o programa consolidou-se como espaço de denúncia, cobrança, diálogo e, principalmente, de soluções. Ao longo desse tempo, deu voz a quem por muitas vezes se sentiu invisível, abriu espaço para debates democráticos e acompanhou de perto as transformações sociais da região.
O início foi marcado pela presença de Daniel Campos na apresentação e Paulo César como primeiro repórter de rua. Na sequência, vieram contribuições de Farnésio Silva, Waldiney Passos, Neya Gonçalves nas reportagens e, mais tarde, Vanda Torres na condução da bancada.
O programa sempre foi uma construção coletiva. Não foram apenas vozes no ar. Foram mãos estendidas, ouvidos atentos e passos firmes ao lado da população. Quantas vezes saímos do estúdio para mostrar ruas sem saneamento, escolas sem estrutura ou hospitais em crise, e vimos a solução acontecer depois de o problema ecoar no microfone. Esse é o papel do Nossa Voz: transformar denúncia em resultado e crítica em construção.
Com o passar dos anos, nomes como Eliane Lima, Mônia Ramos, Simone Marques, Adriana Rodrigues, Davi Mendonça e
Milena Pacheco também ajudaram a escrever capítulos importantes. Repórteres nas ruas, apresentadores na bancada e produtores nos bastidores formaram uma rede que fortaleceu a identidade do programa. Atualmente, a equipe conta com Neia Gonçalves, Karine Paixão e o repórter de rua Marco Aurélio, mantendo vivo o compromisso com a comunidade.
A missão desde o início
A diretora do Sistema Grande Rio de Comunicação, Ana Amélia Lemos, recorda como nasceu a ideia de um programa de serviço.
“O ano era 2003 quando cheguei a Petrolina para assumir a gestão das rádios. Eu dizia sempre: emissora não é só música, é também prestação de serviço. A comunidade precisava de atenção, de voz, de espaço para ser ouvida. Em 2005, ao lado de Daniel Campos, colocamos no ar o Nossa Voz com esse compromisso: não apenas denunciar, mas mediar, facilitar a ligação entre o poder público e a população. Foi um desafio que deu certo, porque a resposta veio rápida, vimos problemas sendo resolvidos e vidas transformadas.”
Ela reforça ainda a responsabilidade do projeto: “Hoje, 20 anos depois, temos uma equipe madura, que entrega conteúdo de excelência. A Grande Rio FM oferece cinco horas de jornalismo diário, e o Nossa Voz é peça fundamental dessa virada de chave. Nossa missão segue a mesma: dar espaço às pessoas, mediar soluções e servir à comunidade.”
Vozes que construíram a história
Daniel Campos foi o primeiro a conduzir a bancada do Nossa Voz, abrindo caminho para o formato que se consolidaria ao longo de duas décadas. Ele criou o programa com o objetivo de ampliar a prestação de serviço da rádio e colocar os microfones a serviço da comunidade.
“Sabendo da minha experiência na rádio, me pediram um projeto para criar um programa jornalístico que ampliasse a prestação de serviço da Grande Rio. Assim surgiu o Nossa Voz, que logo consolidou grande audiência. A história do programa é calcada na tradição da Grande Rio FM e no compromisso de levar os microfones a todas as comunidades, contando a história de Petrolina e do Vale do São Francisco como ninguém mais fazia. Hoje, celebramos 20 anos de existência e sucesso, agradecendo a todos que fizeram parte dessa trajetória.”
Já o primeiro repórter de rua, Paulo César, destacou o aprendizado.
“O grande Daniel Campos foi um mestre. O Nossa Voz me ensinou muito sobre a arte de falar e de ouvir. É um estandarte da boa comunicação e um arauto dos interesses do povo de Petrolina. Completar 20 anos é mostrar que continua vivo, forte e conectado com a população.”
Outro nome marcante, Farnésio Silva, segundo repórter do programa, lembra os primeiros meses do Nossa Voz, as aprendizagens nos bastidores e como o programa se tornou referência em jornalismo comunitário no Vale do São Francisco.
“Fiquei muito feliz quando fui convidado para participar da bancada ao lado de Daniel nos primeiros meses do programa. Aprendi muito, principalmente sobre o respeito ao ouvinte, a fidelidade da informação e a importância de levar adiante o melhor do jornalismo. Foram inúmeras reportagens e causas marcantes. Momentos assim mostram que trabalhar com jornalismo também tem humor, mas sem perder o compromisso com a verdade. Falar sobre o Nossa Voz é registrar a história de um instrumento que veio para Juazeiro, Petrolina e toda a região desmistificar informações e fortalecer a prestação de serviço. Hoje, após 20 anos, o programa segue líder de audiência, sendo porta-voz da população, instrumento de transformação social e referência em comunicação regional”
Waldiney Passos assumiu a bancada em um momento de transição e ajudou a consolidar o Nossa Voz, formando parceria com Neya Gonçalves e acompanhando pautas importantes para a comunidade, como a regulamentação do serviço de mototáxi em Petrolina.
“Naquela época, eu estava na TV Grande Rio como comentarista esportivo e recebi o convite para assumir o Nossa Voz, sucedendo Daniel Campos e Farnésio Silva. Convidei Neya Gonçalves para me auxiliar na produção e logo surgiu a parceria: eu na bancada, ela nas ruas. Pouco tempo depois, Neya assumiu o comando do programa, mantendo liderança e profissionalismo até hoje. Entre as pautas que abraçamos, destaco a regulamentação do mototáxi, que transformou um serviço clandestino em essencial para a população. Sou muito grato por ter feito parte dessa história e dessa equipe.”
Vanda Torres foi a primeira mulher a assumir a bancada do Nossa Voz, trazendo uma perspectiva feminina para o programa e ajudando a consolidar seu espaço na comunicação regional.
“Quando assumi a bancada, pensei no Nossa Voz como um espaço conduzido por mulheres. Não para tratar apenas de temas femininos, mas para trazer a visão da mulher sobre política, economia, segurança e o cotidiano do Petrolinense. Naquele período, a repórter era Neya Gonçalves. Lembro de vê-la pela primeira vez na procissão da Padroeira: ela entrava no ar a todo momento com notícias diferentes e relevantes. Pensei imediatamente: ‘Essa mulher tem um timbre incrível para rádio e vai fazer o Nossa Voz crescer ainda mais’. Neya sabia dissertar, defender ideias e falar junto com o povo, e isso marcou profundamente minha percepção sobre o programa”.
Eliane Lima relembra o início de sua trajetória como repórter de rua no Nossa Voz e a parceria histórica com Neia Gonçalves, destacando como esse período foi marcante para sua carreira e para a consolidação do programa.
“Como todo mundo sabe, há muitos anos, quando iniciamos o Nossa Voz, eu digo iniciamos porque foi um momento muito forte, eu recebi o convite para ir para as ruas de Petrolina. Foi ali que adquiri experiência como repórter de rua. Na época, Neya Gonçalves era repórter de rua de duas emissoras e também atuava na Grande Rio. Ela foi convidada para assumir a bancada e, chegando para mim, disse: ‘Eliane, eu só vou para a bancada se você for para a rua’. Eu falei: ‘É sério, Neya?’ Ela confirmou: ‘É’. Então eu disse: ‘Então vamos embora’. Foi ali que nasceu essa parceria incrível. Fazer parte do Nossa Voz, para mim, foi extremamente gratificante. Foi um orgulho enorme ter feito parte dessa equipe, e é de coração que agradeço a todos por tudo que vivemos juntos”
Compromisso renovado
Mais do que celebrar, os 20 anos do Nossa Voz representam um compromisso reafirmado. O programa segue com a mesma chama do primeiro dia: fazer jornalismo com ética, responsabilidade, coragem e humanidade.
O Nossa Voz é, acima de tudo, a sua voz. É feito da confiança do ouvinte que liga, cobra, sugere e denuncia, e também dos patrocinadores que acreditaram nesse projeto desde o início. Que venham mais 20, mais 40, mais 60 anos. Nossa Voz é legado, é serviço, é história viva.