“Está faltando verdade”: Leninha rebate críticas da atual presidente do sindicato STTAR

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Em entrevista concedida ao Programa Nossa Voz, nesta quinta-feira (12), a ex-presidente e pré-candidata à presidência do Sindicato dos Trabalhadores Assalariados Rurais de Petrolina (STTAR), Lucilene Lima (Leninha), rebateu duramente as declarações feitas pela atual presidente da entidade, Maria Joelma.

Joelma, em participação anterior no mesmo programa, fez críticas à gestão passada do sindicato, mencionando supostas contratações irregulares, processos judiciais e até casos de assédio, que, segundo ela, estariam ligados a antigas lideranças em tentativa “oportunista” de retorno ao comando da entidade.

Leninha solicitou direito de resposta e não poupou palavras ao responder.

“Gestão passada, nossa gestão, né? A minha, a dela, a da vice-presidente, do secretário de assalariado que lá está. Ela esqueceu de dizer que foi a nossa gestão. Quem saiu apenas foi a Leninha, os demais continuaram, né?”, afirmou Leninha.

“Então assim, eu não vejo em nenhum momento que esse dedo apontado de forma para Leninha, como ela aqui colocou, que fosse apenas responsabilidade de um só presidente. A casa tem um estatuto, estatuto esse que é o estatuto válido, que ele fala da competência de todos os setores daquela casa. E muito me admiro quando vem hoje no seu programa querer jogar algumas coisas, ou seja, criar narrativas, políticas para que o trabalhador possa vir deixar se levar. Mas acredito que a base está preparada, a base conheceu o nosso trabalho.”

Leninha destacou ainda que Joelma, enquanto sua aliada durante a antiga gestão, sempre se referia às conquistas como um trabalho coletivo.

“Eu tive aqui diversas vezes com ela e você acompanhou isso e era ‘minha presidente pra cá, minha presidente pra acolá’, a gente fez isso, a gente fez aquilo. A gente, quando conseguiu inaugurar o centro médico, a gente veio aqui, foi uma satisfação muito grande. Naquele momento usava o termo ‘nós conseguimos’.”

Sobre denúncias de assédio

A ex-presidente contestou a condução da denúncia de assédio:

“Quando falou da questão dos abusos, né, que eu também acompanhei a entrevista, falando de funcionário, ela esqueceu dizer que não foi funcionário, foi ex-funcionários. Naquele momento, as meninas não eram mais funcionárias do sindicato. E que ela própria pegou na mão das meninas e não foi na delegacia fazer um BO. Ela foi nos blogs, foi nas rádios para expor as funcionárias. E aí todo mundo entendeu que aquele momento era um fato político. Como a gente tem também um ex-diretor prejudicado que foi acusado de assédio sexual, ou seja, de estupro. Foi assim que a matéria saiu. E naquele momento, não pensou nas funcionárias. E disse que elas estavam passando por isso e por aquilo. Pois bem: qual a sua influência de presidente? Por que nesses três anos não foi na delegacia acompanhar o caso?”

Sobre contratações irregulares e processos

Ao responder sobre os processos trabalhistas citados por Joelma, Leninha declarou:

“Faltou verdade, porque quem contrata, como ela falou, é o presidente, mas quem paga é o tesoureiro. Como é que isso aconteceu e o tesoureiro não prestou atenção? Qual foi a falta de zelo do tesoureiro da casa? Pagar a funcionários que não estavam de carteira assinada? E por fim, quando eu saí do meu mandato, os funcionários ficaram lá. E ela demitiu todos eles e mandou que eles colocassem na justiça. Ora, se ela sabia que tinha irregularidade, por que não resolveu?”

Segundo Leninha, todas as contas da sua gestão foram aprovadas:

“As prestações de conta foram aprovadas. Todas elas. Nenhuma conta do mandato nosso, eu tenho que dizer ‘nosso’, porque ela estava comigo, que não fosse aprovada. Como é que hoje, depois de três anos, você vem dizer que existe uma dívida?”

Sobre seu afastamento

Leninha também respondeu por que se afastou do sindicato nos últimos anos:

“Isso foi bom pra eles fazerem a farra. Porque se eu tivesse lá como oposição, talvez não tivesse acontecido isso: carro ser tomado, motorista recebendo sem trabalhar. Tá lá, de carteira assinada, mas sem trabalhar porque está parado e não tem carro.”

Ela ainda desmentiu a versão da atual gestão sobre o desaparecimento de um dos veículos:

“O advogado veio aqui no rádio dizer que ia recuperar. Quero dizer para o advogado que o carro não foi roubado, não. O carro foi tomado pelo banco. Se recupera o que foi roubado, mas não foi o caso. O banco leiloou o carro. O carro está numa cidade lá em Araguaína, em Palmas, no Tocantins.”

Sobre os salários da atual diretoria, Leninha denunciou:

“Tem um áudio do diretor do conselho fiscal dizendo que a diretoria tá recebendo R$ 7.530, R$ 600 de auxílio remédio, R$ 1.000 de alimentação, e não sei mais quanto de transporte.”

Propostas em vez de ataques

Encerrando sua fala, Leninha afirmou que sua intenção ao disputar novamente a presidência do sindicato é apresentar propostas:

“As pessoas não vão entrar nesse jogo. Até mesmo porque não tem o processo eleitoral ainda. Quando o processo eleitoral de fato der início, aí a gente vai vir aqui, não com ataques, mas com propostas, que é isso que o trabalhador espera. Na nossa gestão, a gente conseguiu o centro médico, a reforma da sede do sindicato, a compra de quatro carros zero km, energia solar… Conseguimos, nas nossas convenções coletivas, no último ano do meu mandato, deixar R$ 54 de aumento.”