Estudantes da Univasf protestam contra reajuste no restaurante universitário

0

Na última quarta-feira (7), estudantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) realizaram uma mobilização em protesto ao recente reajuste no preço das refeições do Restaurante Universitário (RU). A manifestação visou chamar a atenção para o impacto financeiro que o aumento está causando aos alunos.

Alisson Monteiro, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), destacou a preocupação dos alunos com o impacto financeiro do reajuste. “A gente paga R$ 16 pelo preço do R1, e aí, no meio do período de recesso, tivemos um reajuste de 89 centavos. Hoje, o nosso R1 está custando R$ 16,89 para almoçar e jantar, e R$ 7,39 para o café da manhã. Nosso R1 é o terceiro mais caro do país e o mais caro do Nordeste”, explicou Alisson.

Ele criticou a gestão da universidade, alegando que a Reitoria não pode reverter o contrato com a empresa fornecedora, devido a procedimentos burocráticos demorados. Alisson também mencionou as dificuldades financeiras enfrentadas pelos alunos: “A gente se sente prejudicado, porque não temos R$ 16,89 para nos alimentar todos os dias. Fizemos uma conta básica e, se a gente se alimentar em 22 dias, isso dá em torno de mais de R$ 600″.

Em relação às ações de protesto, Alisson relatou: “A gente começou um calendário de mobilizações. Ontem, fizemos algumas agitações, enfrentamos o R1 com som, denunciando o descaso e também a empresa, que tem mais de 100 processos trabalhistas.”

Ele informou que um abaixo-assinado foi protocolado e que a próxima mobilização está marcada para o dia 14 de agosto. “Convidamos toda a comunidade para participar e tentar reverter esse processo”, enfatizou Alisson.

Alisson

Em resposta, o professor Cléber Pereira Ferreira, pró-reitor de assistência estudantil da Univasf, defendeu a política da universidade em relação aos preços e à assistência. Ferreira explicou que a função da pró-reitoria é atender os estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Para os alunos em situação de vulnerabilidade, o custo da refeição é subsidiado pela universidade, que cobre a maior parte do valor. Esses estudantes pagam apenas R$ 1,50 por refeição, enquanto o restante é custeado pela instituição,” esclareceu o professor.

Ferreira também destacou que a universidade recebeu um orçamento de aproximadamente R$ 7,2 milhões para assistência estudantil em 2024, com mais de 50% desse valor destinado aos restaurantes universitários. Ele reiterou que a empresa fornecedora foi contratada através de licitação e que o reajuste, previsto no contrato, ocorreu em julho.

O professor criticou a abordagem de Alisson Monteiro, apontando que o presidente do DCE não mencionou que os estudantes vulneráveis têm um valor subsidiado e que os valores altos são aplicados apenas aos não vulneráveis e ao público externo. “Os recursos da assistência estudantil são destinados exclusivamente aos alunos em situação de vulnerabilidade. A nova legislação define claramente quais estudantes podem ser beneficiados”, afirmou Ferreira.