(Imagem Ilustrativa)
Um ex-assessor parlamentar da Câmara de Vereadores de Petrolina, que integrava o gabinete do vereador Diogo Hoffmann, foi conduzido à delegacia, após abordagem realizada por uma equipe do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI), registrada no boletim de ocorrência nº 25E2149004613. A ação ocorreu na BR-428, bairro Loteamento Recife, por volta das 16h do dia no dia 18 de junho de 2025.
De acordo com o boletim, o servidor estava conduzindo um veículo Volkswagen Polo, de placa SNY7H37, que integra a frota da Câmara Municipal de Petrolina, quando foi interceptado pelos policiais. Durante a abordagem, foram encontrados uma pistola Glock calibre 9mm com 46 munições, três carregadores, além de uma carteira funcional que o identificava como integrante da Guarda Civil Municipal de Porto da Folha (SE). Também foi localizada uma segunda arma, uma pistola Taurus calibre .38, registrada em nome de um homem que também foi encaminhado à delegacia.
Posteriormente, investigações preliminares da Polícia Militar, por meio do serviço de inteligência, identificaram que o ex-assessor nunca pertenceu ao efetivo da GCM de Porto da Folha e que a arma estava registrada em nome de um policial penal de Pernambuco. A documentação apresentada foi considerada falsificada, conforme apontado em diligências anexadas ao B.O.
As armas, munições e documentos foram apreendidos e encaminhados à Delegacia de Polícia Civil, onde foi instaurada portaria para aprofundamento das investigações. O caso está sendo tratado como posse ilegal de arma de fogo e falsificação de documento público, ambos, em tese, cometidos de forma dolosa (intencional).
Em nota oficial encaminhada ao Nossa Voz, o vereador Diogo Hoffmann, ao qual o servidor era vinculado, esclareceu:
- O assessor citado estava, à época dos fatos, atendendo demandas de rotina do trabalho. Não houve qualquer uso indevido ou irregular do veículo disponibilizado ao gabinete.
- O caso que ensejou sua condução à delegacia não possui qualquer relação com o exercício de sua função pública ou com atividades vinculadas ao mandato parlamentar. A apuração diz respeito, exclusivamente, à suposta utilização indevida de uma carteira funcional e exercício irregular de função, questão que já foi inicialmente afastada e que segue em apuração para esclarecimentos.
- Desde o primeiro momento, o assessor colaborou com as autoridades, não tendo sido preso, mas apenas conduzido para prestar esclarecimentos, sendo imediatamente liberado após a oitiva.
- Com responsabilidade, o assessor solicitou sua exoneração para que possa apresentar sua defesa com total autonomia, técnica e respeito ao devido processo legal. A exoneração foi efetivada no dia 01/07.
- Ressaltamos que, durante todo o período em que atuou no gabinete, sua conduta profissional sempre foi respeitosa e dedicada. Confiamos que todos os fatos serão devidamente esclarecidos.
- Por fim, reiteramos nosso respeito ao trabalho da Polícia e nosso compromisso com a transparência e a elucidação integral dos fatos.
O Nossa Voz também contatou a defesa do ex-assessor parlamentar que repassou seu posicionamento através da nota a seguir:
A defesa técnica do ex-assessor envolvido nos fatos recentemente noticiados vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:
- O ex-assessor foi aprovado em concurso público devidamente realizado, tendo cumprido todas as etapas de formação. Restava apenas a formalização da posse no cargo.
- Ao final do curso, ele recebeu documento funcional oficial, com permissões válidas, emitido pela própria instituição organizadora do certame. Foi autorizado a retornar para Petrolina, onde aguardaria o desfecho administrativo. Mais tarde, editais vinculados ao concurso foram suspensos, afetando sua nomeação, sem que houvesse qualquer notificação direta a ele.
- Durante esse período, o ex-assessor seguia normalmente com sua rotina de trabalho. Em abordagem policial recente, apresentou o documento funcional, como já havia feito em outras ocasiões, sendo liberado pela guarnição naquele momento.
- Posteriormente, em decorrência de apurações iniciadas pela própria guarnição, surgiu uma suspeita equivocada quanto à autenticidade do documento, motivada por informações incorretas levantadas no primeiro momento. Por isso, ele foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos.
- No local, o delegado entendeu que não havia situação de flagrante, tampouco elementos que justificassem qualquer medida mais gravosa, razão pela qual o ex-assessor foi liberado após os esclarecimentos.
- A defesa reforça que o ex-assessor jamais falsificou, adulterou ou utilizou qualquer documento indevido. A carteira funcional em questão foi emitida de forma legítima, dentro dos trâmites legais e administrativos.
- Como gesto de responsabilidade e transparência, o ex-assessor solicitou espontaneamente sua exoneração do cargo que ocupava, permitindo que eventuais apurações sigam com total autonomia e sem qualquer interferência. Sua conduta reflete o respeito às instituições e a confiança na justiça.
- Por fim, a defesa informa que ele segue à inteira disposição das autoridades, certo de que os fatos serão devidamente esclarecidos, com serenidade, técnica e respeito à legalidade.
A assessoria de Comunicação da Câmara de Petrolina também foi procurada e a matéria será atualizada após o seu posicionamento.
O caso segue em apuração pela Polícia Civil de Pernambuco, com os trâmites regulares para análise de provas e eventual responsabilização dos envolvidos.