Ex-PM suspeitos pelos assassinatos de Marielle e Anderson são presos

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Fora presos o policial militar reformado, Ronnie Lessa, e o ex-policial militar, Élcio Vieira de Queiroz. (foto: Divulgação Polícia Civil)

Policiais da Divisão de Homicídios e promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam, na manhã de hoje (12), o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. A força-tarefa que levou à Operação Lume afirma que eles participaram dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Ronnie Lessa é o autor dos 13 disparos que mataram Marielle e Anderson; ele estava no banco de trás do carro que perseguiu o carro da vereadora. Ele foi preso na Barra da Tijuca; Élcio Vieira de Queiroz dirigiu o veículo. Ele foi pego no Engenho de Dentro.
A investigação ainda tenta esclarecer, no entanto, quem foram os mandantes do crime e a motivação.

A Operação Lume realiza ainda mandados de busca e apreensão contra os denunciados para apreender documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munição e outros objetos. Durante todo o dia, haverá buscas em 34 endereços de outros suspeitos.

“É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia”, diz a denúncia, acrescentando que a barbárie praticada na noite de 14 de março do ano passado foi um golpe ao Estado Democrático de Direito.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) disse que, apesar das duas prisões, o caso “não está resolvido”. Amigo de longa data, ex-chefe e correligionário de Marielle, Freixo questionou: “A mando de quem?”. “São prisões importantes, são tardias. É inaceitável que a gente demore um ano para ter alguma resposta. Então, evidente que isso vai ser visto com calma, mas a gente acha um passo decisivo. Mas o caso não está resolvido. Ele tem um primeiro passo de saber quem executou. Mas a gente não aceita a versão de ódio ou de motivação passional dessas pessoas que sequer sabiam quem era Marielle direito”, disse, em entrevista ao G1 e ao Bom Dia Rio.

Ronnie foi levado para a Divisão de Homicídios do Rio por volta das 4h30. De acordo com os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o crime foi meticulosamente planejado durante três meses. O atentado completa um ano nesta quinta-feira (14).

A investigação aponta que Ronnie fez pesquisas na internet sobre locais que a vereadora frequentava. Os investigadores sabem também que desde outubro de 2017 o policial também pesquisava a vida de Freixo.

Lessa também teria feito pesquisas sobre o então interventor na segurança pública do Rio, general Braga Netto. Lessa também fazia pesquisas na internet sobre a submetralhadora MP5, que pode ter sido usada no crime.

O sargento Ronnie foi preso em casa. Ele mora no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem residência, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Assessora que estava ao lado de Marielle Franco quando a vereadora foi executada, Fernanda Chaves afirmou que a chefe incomodava – mas não soube identificar uma situação específica para justificar o atentado. “Era um conjunto de coisas, a Marielle incomodava”, frisou.

Neste domingo (10), Fernanda falou pela primeira vez sem esconder o rosto. “Ela era obviamente crítica à ação das milícias, não tinha as milícias como alvo. Institucionalmente, ela tinha uma limitação como vereadora. O mandato dela estava muito mais voltado para questões de gênero, de violência contra a mulher”, emendou Fernanda.

A assessora acrescenta que Marielle não tinha se indisposto com ninguém na época. “Ela não teve um problema específico que pudesse ter engatilhado uma situação que culminasse com o assassinato dela”, afirmou. (fonte: G1)