Exportações de manga e uva oscilam em fevereiro de 2025, mas setor segue otimista

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As exportações de manga e uva brasileiras registraram oscilações em fevereiro de 2025, segundo dados do ComexStat (MDIC) repassados pelos Observatório dos Mercados da Uva e da Manga da Embrapa Semiárido. Enquanto a manga apresentou um volume superior à média histórica e ao registrado no mesmo período de 2023, a uva teve uma queda expressiva em relação a fevereiro de 2024. Apesar das variações, o setor segue otimista, especialmente no Vale do São Francisco, principal polo produtor das frutas.

Manga mantém desempenho acima da média

Em fevereiro, o Brasil exportou aproximadamente 10,4 mil toneladas de manga. Esse volume foi superior à média histórica para o mês (7,1 mil t) e também ao registrado em 2023 (8,3 mil t). No entanto, ficou abaixo do volume exportado em fevereiro de 2024 (13,5 mil t).

Os valores das exportações de manga também refletem essa oscilação. Em fevereiro de 2025, foram movimentados US$ 9,8 milhões, valor maior que a média histórica (US$ 8,1 milhões) e que o de 2023 (US$ 7,7 milhões), mas inferior ao de fevereiro de 2024, quando o faturamento chegou a US$ 22,9 milhões.

A variedade Palmer segue como a mais exportada, com 48,5% das frutas enviadas para a Holanda, 31,56% para a Espanha e 10,62% para Portugal. O transporte marítimo foi responsável por 84,56% das exportações, com a maior parte dos embarques realizados pelas alfândegas de Fortaleza (76,4%) e Guarulhos (7,95%).

A produção nacional de manga destinada à exportação concentrou-se principalmente em Pernambuco (62,50%) e Bahia (23,44%), seguidos por São Paulo (5,58%) e Rio Grande do Norte (4,74%).

Uva registra queda expressiva nas exportações

O desempenho das exportações de uva seguiu uma tendência diferente. Em fevereiro de 2025, o Brasil exportou 322 toneladas, volume superior ao registrado em fevereiro de 2023 (191 t), mas 68,6% menor do que o do ano anterior (801 t). Além disso, ficou abaixo da média histórica para o mês, que é de 465 t.

Os valores das exportações também apresentaram queda. Em fevereiro deste ano, o faturamento foi de US$ 855,9 mil, abaixo da média histórica (US$ 1,27 milhão) e bem inferior ao montante arrecadado no mesmo período de 2024 (US$ 2,4 milhões).

Os Estados Unidos (36,37%), a Holanda (35,45%) e o Reino Unido (21,49%) foram os principais destinos da uva brasileira, com a logística de transporte quase totalmente dependente do modal marítimo (99,4%). As exportações foram realizadas majoritariamente pelas alfândegas de Fortaleza (65,57%) e Salvador (32,91%).

Os principais estados produtores da uva exportada foram Pernambuco (68,07%) e Bahia (30,48%).

Mercado interno e importações de uva

Enquanto as exportações de uva apresentaram queda, o Brasil importou 1,4 mil toneladas do Chile, 466,8 toneladas da Argentina e 19 toneladas do Peru em fevereiro deste ano. O volume expressivo de importação pode ter impactado a competitividade da uva nacional no mercado externo, além das condições climáticas e variações na demanda global.

Perspectivas para 2025

Apesar da queda nas exportações de uva e da leve redução nos embarques de manga em relação a 2024, o setor permanece otimista. O crescimento da demanda internacional e os investimentos em logística e novas tecnologias de produção devem influenciar os resultados ao longo do ano.

Os produtores do Vale do São Francisco seguem atentos às tendências de mercado e às estratégias para manter a competitividade das frutas brasileiras no cenário global.