As exportações brasileiras de uva registraram uma alta em outubro de 2024, alcançando um volume de 17.019 toneladas, segundo dados do Comexstat (MDIC). Esse crescimento representa um aumento expressivo de 48,33% em relação a outubro de 2022, quando foram exportadas 11.473 toneladas, e um acréscimo de 13,59% em relação ao mesmo mês de 2023, quando o volume exportado foi de 14.983 toneladas. Embora o desempenho de outubro seja notável e supere a média histórica de 15.408 toneladas para o mês, o acumulado dos primeiros dez meses do ano aponta uma retração de 25,73% no volume total exportado, sinalizando que o setor ainda enfrenta desafios em relação à média anual.
Além do aumento no volume exportado, o valor gerado pelas exportações em outubro de 2024 também registrou crescimento, somando aproximadamente US$ 42,4 milhões. Esse valor não apenas supera a média histórica para o mês, que é de US$ 33,8 milhões, mas também representa uma evolução significativa em relação aos US$ 25,9 milhões arrecadados em outubro de 2022 e aos US$ 39,8 milhões registrados em 2023. Esse aumento nas receitas pode estar associado tanto à valorização das uvas brasileiras no mercado externo quanto às variações cambiais, que influenciam diretamente o preço de exportação.
Em 2024, os principais destinos das uvas brasileiras foram a Holanda, que importou 33,3% do total, seguida pelo Reino Unido (24,11%), Estados Unidos (20,73%) e Argentina (9,44%). A maior parte das exportações foi realizada por via marítima, com o porto de Salvador despachando 46,83% do total exportado e o porto de Fortaleza 41,14%. Pernambuco e Bahia destacaram-se como os maiores estados exportadores, sendo responsáveis por 67,7% e 29,19% do volume total exportado, respectivamente.
No mesmo período, o Brasil importou cerca de 6,4 mil toneladas de uvas do Chile, 1,4 mil toneladas da Argentina, e 763 toneladas do Peru, com quantidades menores vindas do Egito e de Portugal. Esses dados evidenciam a importância de países sul-americanos como fornecedores para o mercado brasileiro, especialmente em períodos de menor produção local.
A taxa de câmbio é outro elemento relevante que impacta diretamente o setor, tanto nas exportações quanto nas importações. As expectativas de mercado indicam que o dólar deverá fechar o ano de 2024 em torno de R$ 5,53, o que pode afetar a competitividade das uvas brasileiras no exterior e o custo de insumos importados.