Falta de água no projeto Senador Nilo Coelho preocupa produtores e ameaça safras

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A rotina de agricultores no projeto de irrigação Senador Nilo Coelho segue marcada pela incerteza. Há quase uma semana, moradores e produtores enfrentam a falta d’água em comunidades como o núcleo N4, após problemas em bombas instaladas em Sobradinho (BA), responsáveis por abastecer o perímetro irrigado.

Pequenos agricultores relatam prejuízos crescentes. Na produção de acerola, a florada foi perdida por completo devido à ausência de irrigação. “A grande maioria aqui no N4 é de pequenos produtores de acerola. A florada abortou praticamente toda, e não sabemos mais o que fazer”, desabafa Edvaldo Landinho, morador da comunidade.

Além da acerola, produtores de uva também contabilizam perdas. Alguns chegaram a interromper o ciclo produtivo e apontam riscos para as próximas safras. “A situação está crítica. Tem produtor que recém-plantou e já teve prejuízo. Outros, em fase de colheita, também estão comprometidos”, relata Landinha.

Segundo os moradores, mesmo após reparos iniciais em algumas bombas, o fornecimento ainda não foi restabelecido de forma plena. O abastecimento parcial não atende à demanda do perímetro, onde a irrigação é vital para a sobrevivência das plantações e também para o consumo das famílias.

Providências do Distrito de Irrigação

O Distrito de Irrigação Nilo Coelho (DINC) informou, em nota, que um vazamento em uma válvula da principal estação de bombeamento em Sobradinho teria inundado a casa de bombas em curto período de tempo, paralisando o sistema. A entidade afirma correr contra o tempo para normalizar a situação.

Entre as medidas já adotadas, o DINC destacou a instalação de um conjunto de motobombas capaz de liberar 3,2 m³ de água por segundo, o que permitiu a retomada gradual da gestão dos canais do perímetro. Segundo o gestor Sales, um plano de contingência foi colocado em prática no fim de semana, garantindo que algumas estações funcionassem por 2 horas, e em determinados casos até 4 horas, de forma emergencial.

Apesar disso, o próprio DINC admite que o sistema ainda não opera em plena capacidade. Como o canal principal tem 62 km de extensão, o volume momentâneo ainda levará tempo para alcançar toda a área irrigada.

Apelo por agilidade

Enquanto aguardam a normalização, os produtores seguem pressionando por soluções rápidas. “Sem água não há vida. O sofrimento é grande, e o prejuízo dos produtores também. É necessário que os órgãos públicos estaduais e federais olhem com mais atenção para essa situação”, reforça Edvaldo.