Os moradores do bairro São Gonçalo que antes reclamavam da baixa quantidade de fichas para atendimento médico na Unidade Básica da Saúde Parteira Idalina dos Santos, agora se deparam com um problema maior. Segundo informações repassadas à comunidade, a médica que atendia no local não trabalha mais no local. Assim, só existe disponibilidade para acompanhamento com a equipe de enfermagem.
“A gente recebe muitas reclamações do posto de saúde do São Gonçalo e para a nossa surpresa, a única médica que tinha, que atendia o pessoal, saiu e foi embora porque não aguentou a demanda. Depois de tanto pedir um profissional que pudesse vir ajudar, a Secretaria de Saúde não deu resposta e ela não aguentou”, explicou João do Siqueira, ou João do Fusca como é conhecido, líder comunitário do bairro.
Em entrevista ao Nossa Voz, ele relatou as dificuldades da população e lamentou a situação. “O posto de saúde tem quatro fichas por horário. O posto está sem médico e tem um rapaz que passou a noite urinando sangue e até agora não tomaram uma providência. A fila está enorme, até para pegar uma requisição é preciso enfrentar uma fila. E aí, a gente pede encarecidamente que a secretaria tome uma providência porque a nossa população sofre”.
Maria Lúcia também reside no São Gonçalo e contou que além da alta demanda dos moradores, a unidade de saúde também atendia a outras localidades vizinhas. “O posto é muito pequeno, a comunidade é muito grande. Além de atender os moradores daqui, ele ainda atende dois blocos do Parque São Gonçalo, o Assentamento São Paulo, e uma profissional que tinha aqui não dava conta sozinha”.
Sobre a falta de espaço, João Siqueira relembrou que a unidade funciona numa casa alugada e questionou a demora na reforma do prédio pertencente ao município. “Tínhamos a unidade aqui na Rua 19 e essa casa foi alugada por um tempo, enquanto fazia a reforma do posto. Até agora ela não foi feita, derrubaram o posto, a casa [alugada para atendimento da população] permanece aqui sem estrutura e a população sofrendo com os atendimentos que não chegam ao nosso bairro”.
Além das reclamações, os moradores estão coletando assinaturas em um abaixo-assinado que solicita melhorias no atendimento, contratação de médico para a unidade e ampliação do espaço. 400 pessoas já referendaram as reivindicações.
Questionada, a Secretaria Municipal de Saúde se manifestou sobre o assunto através da sua assessoria de comunicação. “A médica foi afastada por decisão dela, por conta da pressão que a população fazia em cima dela e pela falta de respeito. Então, isso é uma decisão que cabe somente a ela que pediu desligamento. Ressaltamos que ela atendeu até o dia 30/06. Estamos a procura de outro profissional que possa substituí-la, para que seja contratada o mais breve possível. Com relação a estrutura, estamos avaliando e buscando outra casa com um espaço ideal para ampliar os serviços para a população do São Gonçalo. É importante ressaltar que para a a população que precisa de atendimento médico no São Gonçalo, pode procurar a UBS mais próxima do bairro, como por exemplo a Unidade Básica de Saúde Ricardo Soares, para se atendido”.