Falta de saneamento prejudica programa de pavimentação na zona leste de Petrolina, diz secretário

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Bairros com saneamento incompleto não podem mais receber obras de pavimentação. A informação repassada pelo secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Petrolina, Fred Machado, atinge em cheio os bairros de áreas periféricas da cidade que sofrem com a poeira e a lama. Durante entrevista ao Nossa Voz desta terça-feira (11), ao responder ao ouvinte Rosivaldo Tavares, Machado detalhou a situação 

Segundo o secretário, cinco ruas foram pavimentadas no bairro Henrique Leite, onde Tavares mora, entre elas, duas avenidas. Entretanto, o saneamento inconcluso daquela região impediu que outras oito vias tivessem a obra concluída. “Infelizmente, a gente tem um problema sério no Henrique Leite na questão do saneamento. E também as oito ruas que ele falou, creio que foram de um programa que a Codevasf tinha licitado. Eles iam tocar obras ali com ruas em  paralelepípedos. Infelizmente, com os esgotos à céu aberto, eles não conseguiram desenvolver, performar para que fizessem essas obras. Até pela planilha e pelo contrato que a Codevasf tinha naquela ocasião, não contemplava resolver os problemas do saneamento”. 

Fred reforçou que há uma cobrança constante junto a Companhia Pernambucana de Saneamento, que opera o serviço em Petrolina, para a finalização do saneamento iniciado há vários anos na zona leste da cidade. Enquanto isso, moradores do Henrique Leite, Fernando Idalino, Vila Vitória e Rio Jordão convivem diariamente com o esgoto correndo a céu aberto. “É onde a gente precisa investir, de fato, em mais pavimentações, mas há a questão do saneamento e dos repasses do governo federal que estão atrelados.  Nós precisamos, para investir [em pavimentação], do saneamento completo nos bairros, consequentemente nas ruas. Então, infelizmente, essas oito ruas não conseguiram ser executadas”, lamentou. 

O secretário ainda revelou que está nos planos da gestão municipal há muito tempo a pavimentação nessas áreas, inviabilizada pela falta de saneamento. “A gente está ciente e fizemos diversas reuniões com Simão. Ele quer fazer um investimento grande nessa área, principalmente no Henrique Leite, e estamos tentando com a Compesa para que ela faça o saneamento, ou até mesmo a gente tentar algum recurso do governo federal para fazermos, como fizemos com a bacia do Dom Avelar, para que a gente tenha condições de empregar o recurso público de forma responsável e que não tenhamos problemas futuros por conta de saneamento básico em determinado local”. 

Bacia do Dom Avelar

Implantada pela Prefeitura de Petrolina, a Bacia do Dom Avelar ainda aguarda que a Compesa assuma a operação da área, inclusive para a devida manutenção. “Nós tivemos diversas reuniões, está no Ministério Público inclusive, com a doutora Rosane, estamos junto com a Armup, a Prefeitura e a Compesa. Inclusive, já passamos todo o projeto que nós executamos, todo um checklist que a Compesa nos solicitou, nós já enviamos. O Ministério Público tem ciência disso e eles estão internamente fazendo as suas análises e a gente está sempre à disposição. Foi dito nas reuniões que estamos com a nossa equipe pronta para quando a Compesa quiser ir lá fazer a vistoria a gente vai acompanhar, sanar qualquer dúvida que a Compesa tenha para que ela receba”, explicou Fred Machado. 

A expectativa do secretário é que a companhia inicie a atuação naquele setor, desonerando os cofres públicos municipais. “Desde quando implantamos aquele saneamento até hoje nós não repassamos nenhum custo para a população. Temos um caminhão de manutenção de toda a rede da bacia do Dom Avelar, sem repassar nada para o cidadão e a gente espera, o quanto antes, que a Compesa – e claro que quando ela receber vai cobrar – mas que ela receba logo. Já que a Compesa ainda está aqui, não deixaram a gente assumir ainda o saneamento, e pelos recursos que ela recebe, a receita que ela recebe anualmente, que é muito grande, que ela faça os investimento e receba a Bacia do Dom Avelar que nós fizemos e dê continuidade e faça os investimentos para tirarmos de vez essa problemática da nossa região”.