Um homem de 64 anos deu entrada no Hospital Regional de Juazeiro, no norte da Bahia, há quatro meses, para tratar um ferimento no pé. No entanto, por causa da demora na transferência para uma unidade especializada, o caso se agravou e a perna dele precisará ser amputada.
A denúncia foi feita pela esposa do paciente, identificado como Manoel Messias Barroso. Ele foi hospitalizado após sofrer um acidente doméstico. Doralúcia dos Santos, companheira dele, tem diabetes e não pode acompanhar o marido de perto, em virtude dos riscos da pandemia de Covid-19, o que aumenta a aflição.
O Hospital Regional de Juazeiro informou que quem responde pela disponibilidade de leitos e transferência de pacientes é a central de regulação da Bahia.
Procurada, a Secretaria da Saúde do estado (Sesab), que faz a gestão do sistema, disse, na manhã desta sexta-feira (3) que o homem será transferido para o Hospital Ana Nery, em Salvador, e aguarda somente a definição do transporte. O órgão não detalhou por qual motivo Manoel demorou tanto a ser transferido.
Reclamação semelhante foi feita pela família de Maria Rosália, de 73 anos. Ela também é de Juazeiro, mas esteve internada no Hospital Sote. A idosa ficou hospitalizada há 22 dias e precisava de uma transferência para fazer uma cirurgia no fêmur.
“Cada vez mais minha mãe está ficando mais fraca, sem comer. Chorando muito todo dia. Não dorme. Está lá gritando de dor. Eles me falaram que a regulação dela ia sair, mas até hoje não me disseram mais nada”, disse Alteonise Barbosa, filha da paciente.
A Sesab disse que a família deve procurar a Assistência Social do hospital porque a Central de Regulação faz apenas o gerenciamento das vagas nas unidades hospitalares quando há leitos disponíveis, e estava em busca de uma unidade adequada para atendê-la.
Já o Hospital Sote disse que a idosa foi transferida para o Hospital de Traumas, em Petrolina, cidade pernambucana vizinha a Juazeiro, na tarde de quinta-feira (2), para realizar a cirurgia do fêmur.