Fechamento de barracas juninas em Juazeiro gera apreensão entre comerciantes

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Os barraqueiros do Bairro Ipiranga, em Juazeiro, estão enfrentando uma difícil situação após o fechamento das barracas que comercializam fogos e itens juninos. Este fechamento, ocorrido no dia 3 de Maio, deixou os comerciantes perplexos e em uma situação de prejuízo crescente.

Há anos, esses comerciantes operavam sem impedimentos no local, mas foram surpreendidos pela intervenção do Corpo de Bombeiros, que agiu após solicitação do Ministério Público. O resultado: suas barracas foram interditadas, impedindo-os de acessar suas mercadorias e de continuar com suas atividades comerciais.

Diego, um dos afetados, expressou sua frustração: “Estamos aqui, com todo o nosso dinheiro investido, devendo e sem poder trabalhar. Nossas mercadorias estão trancadas e não podemos fazer nada. Pedimos uma solução que nos permita voltar ao trabalho, pois é isso que queremos: trabalhar.”

A falta de uma solução imediata tem levado esses barraqueiros a uma situação financeira delicada. Muitos investiram altas quantias em suas barracas, e uma realocação agora implicaria em mais custos e incertezas. A prefeitura mencionou a possibilidade de realocação, mas isso exigiria um investimento considerável por parte dos comerciantes, algo que eles simplesmente não podem arcar no momento.

A situação torna-se ainda mais desafiadora para os comerciantes como Edmundo Borges, que teve que mudar sua estratégia de vendas para se adaptar à interdição. “Agora, estou vendendo porta a porta, improvisando minha mercadoria em uma bicicleta. É uma situação difícil. Vendo há mais de 50 anos e nunca enfrentei algo assim.”

Raimundo Nonato, outro comerciante afetado, destacou a importância cultural e econômica dessas barracas durante o período junino. “Essas barracas são uma referência cultural na região, atraindo pessoas de diversas cidades vizinhas. Fechá-las afeta não só os comerciantes, mas toda a comunidade.”

Enquanto os barraqueiros buscam desesperadamente uma solução, o Major Daniel, subcomandante do Corpo de Bombeiros de Juazeiro, enfatizou que a ação não foi repentina e envolveu várias notificações prévias à prefeitura, que não se pronunciou sobre o assunto.

A situação permanece incerta para esses comerciantes, que continuam a clamar por uma solução que lhes permita retomar suas atividades e sustentar suas famílias. Enquanto isso, o dilema persiste, com a comunidade local sentindo os impactos dessa controvérsia.