Feirantes da Areia Branca clamam por mais segurança diante de onda de furtos

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A insegurança tem tirado o sossego dos feirantes e permissionários da Feira da Areia Branca, em Petrolina. Recentes furtos e arrombamentos têm causado prejuízos financeiros e temor entre os trabalhadores, que pedem urgentemente reforço policial e medidas de proteção na localidade.

Na madrugada da última segunda-feira, a feirante Maria teve seu estabelecimento arrombado e sofreu um prejuízo estimado entre R$ 20 e R$ 30 mil.

“Cortaram o cadeado e levaram quatro caixas de mercadoria, produtos de qualidade. Estamos sem saber como seguir em frente. Como a gente vai conseguir se reerguer depois de um prejuízo desses? Eu adoro o que faço, mas está ficando cada vez mais difícil. Até medo a gente sente de vir para a feira. Ficamos inseguros, sem saber se trabalhamos ou ficamos em casa.”

O problema, segundo os permissionários, não é um caso isolado.

“Essa já é a oitava vez que acontece um arrombamento na feira. E nada tem sido feito para resolver. Os ladrões entram, roubam e vão embora sem que nada aconteça. Ninguém vê, ninguém faz nada, e a gente fica no prejuízo. Como podemos trabalhar desse jeito? Precisamos de segurança, precisamos de providências.”

Outro feirante, Eliezer, que já foi parte da Associação dos Feirantes, reforça a necessidade de segurança.

“O prefeito prometeu segurança quando a feira foi reformada, mas isso não aconteceu. Estamos à mercê da sorte. A gente vive aqui, trabalha aqui, sustenta nossas famílias com o que ganhamos na feira. Mas como vamos continuar se toda semana tem um arrombamento, um roubo? A gente precisa de policiamento, precisa de patrulhamento constante. Antes da reforma, pelo menos a polícia passava mais. Agora, parece que esqueceram da gente.”

Os comerciantes também apontam a presença do tráfico de drogas no local e denunciam assaltos durante o dia.

“A Guarda Municipal e a Polícia Militar raramente passam por aqui. Antigamente, antes da reforma, havia um policiamento mais presente. Agora, não tem mais nada. Colocaram algumas câmeras aqui fora, mas lá dentro da feira ninguém sabe se funciona. Quando eu era presidente da associação, fizemos um levantamento para instalar 32 câmeras por R$ 14 mil, mas o projeto não foi para frente porque a prefeitura deveria bancar, e até hoje não houve solução.”

A feirante Silva Neide também já foi vítima de furtos.

“Trabalho aqui há cinco anos e nunca tinha passado por isso. Mas, recentemente, tentaram me roubar três vezes e conseguiram duas. Levaram mercadorias no valor de R$ 10 mil. Mesmo com cadeado, lona e cordas, arrombaram tudo. Eu e outros feirantes fizemos boletim de ocorrência na segunda-feira, mas até agora ninguém veio aqui ver nada. Ninguém olhou as câmeras, ninguém investigou, nada. Como a gente vai se sentir seguro assim? Precisamos de segurança e queremos providências urgentes.”

Os permissionários cobram ações efetivas da Guarda Municipal, da Polícia Militar e da administração municipal. Além do policiamento ostensivo, pedem instalação de câmeras de monitoramento e a presença de seguranças ou vigilantes na feira, principalmente durante a madrugada.

“A gente não quer parar de trabalhar, mas não podemos viver assim, com medo o tempo todo. É um direito nosso ter segurança. Nós pagamos nossos impostos, pagamos nossas taxas, não estamos aqui de graça. E o que recebemos em troca? Nada. Só descaso. Espero que as autoridades olhem para a gente, porque do jeito que está, não tem condições de continuar.”

A população e os comerciantes da Feira da Areia Branca aguardam uma resposta urgente das autoridades, temendo que a falta de segurança comprometa ainda mais o funcionamento do espaço e o sustento de centenas de famílias que dependem dele.

A nossa equipe procurou a Policia Civil que informou que vai investigar o caso.