Feirantes e frequentadores da Feira da Areia Branca, localizada em Petrolina, enfrentam uma realidade de constantes arrombamentos, furtos e falta de segurança. A situação foi detalhada por Edvaldo Lobo, presidente da Associação dos Feirantes, e Rafael Amaral, secretário da mesma associação, em entrevista ao programa “Nossa Voz”, nesta terça-feira (1).
Edvaldo Lobo expôs a situação crítica da feira: “Estamos aqui para relatar os constantes arrombamentos na Feira da Areia Branca, pedindo ao secretário de segurança pública que agilize esse processo de uma guarnição, é uma guarnição para a Feira da Areia Branca para eliminar com esses arrombamentos constantes que estão acontecendo na Feira da Areia Branca.”
Quando questionado sobre o monitoramento da feira, Edvaldo respondeu: “Ainda não.”
Ele explicou que os arrombamentos acontecem durante o dia: “Geralmente, é na parte diurna, não na noturna, porque na noturna existe o fechamento da feira, então não tem como os meliantes entrarem”.
A feira, segundo o presidente, funciona todos os dias da semana: “De segunda a domingo, todos os dias. Então, esses furtos estão ocorrendo em plena luz do dia, mesmo com os feirantes em plena atividade.”
Rafael Amaral também expressou a preocupação com a segurança na feira, destacando a importância da Feira da Areia Branca para o turismo local: “Estamos preocupados porque a nossa feira da Areia Branca em si, ela aqui em Petrolina, ela é um cartão postal. Por quê? Porque recebemos diariamente turistas naquela feira. Recebemos diariamente turistas e os próprios turistas vêm à associação e nos pedem socorro. Pedem para que a gente tome alguma providência maior.”
O secretário mencionou que a Associação já tomou medidas, como o envio de ofícios às autoridades locais: “Em agosto de 2023, mandamos o ofício para a secretária, para o secretário de desenvolvimento, para relacionar sobre esse problema. Em maio de 2024, mandamos outro ofício para a Executiva de Segurança Pública de Petrolina.”
Segundo Rafael, a resposta das autoridades não tem sido suficiente: “O coronel Luiz Cláudio, na reunião, relatou que o contingente para manter lá na feira não é o suficiente. Nossa feira é gigantesca, a movimentação é muito grande e eles estão com medo.”
Ele ainda enfatizou a falta de presença da Guarda Municipal na feira: “Hoje, não tem guarda municipal presente. Nenhum dia da semana. A prefeitura em si lançou no site do servidor que dia 22 e 23 ia ter uma ação voltada para a segurança das feiras. Realmente houve, foram 14 policiais, mas no fim de semana e durante a semana, como é que a gente fica?”
Rafael compartilhou um exemplo recente de um feirante vítima de furto: “Cheguei essa semana lá na feira e o que eu encontrei foi uma feirante idosa pedindo socorro, dizendo que sua banca foi arrombada e ela teve um prejuízo de R$ 30.000. Ela vende perfume, perfumes muito caros, levaram caixas de perfume. Ela perguntou: ‘Quem vai repor isso para mim?’ Isso afeta até o psicológico, além do financeiro.”
A falta de segurança está afetando o cotidiano dos feirantes: “Tem uma senhora que só abre a banca de quinta a domingo, mas ela precisa deixar seus afazeres em casa para vir para a feira vigiar sua banca. A gente precisa de segurança”, completou Rafael.
A situação gerou insatisfação também com os funcionários da prefeitura, que, segundo Rafael, não têm resolvido a questão: “Eles dizem: ‘Olhe, a prefeitura é responsável pelo estabelecimento municipal, não pelas bancas’. Eu disse: ‘Tá errado. Nós temos na área municipal.'”
A reportagem procurou a Polícia Civil e a Polícia Militar para saber se haverá intensificação nas fiscalizações na feira, mas até o momento não obteve retorno.