Feirantes voltam a cobrar reforma da Feira do José e Maria e diretor de feiras confirma previsão de investimento no local 

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Ano após ano, os feirantes que atuam na Feira do bairro José e Maria relatam os problemas relativos à falta de estrutura no local. De acordo com esses comerciantes, as questões começam com a limpeza precária, falta de banheiros exclusivos, ausência de segurança e a ocupação dos boxes desativados por moradores de rua e até alguns usuários de drogas. 

Em entrevista ao Nossa Voz, na manhã desta segunda-feira (25), a feirante, Ana Paula, relatou as dificuldades que enfrenta no dia a dia. “É difícil para a gente conviver em um ambiente como esse porque não temos estrutura nenhuma. Até agora, a prefeitura não se pronunciou em relação à reforma da feira, tem esses boxes que foram construídos, mas os feirantes nunca tiveram acesso porque não foi repassado. Só dois deles funcionavam como restaurantes, em um deles tinha uma moça que fazia marmitas. A prefeitura já pediu para que ela retirasse o seu material de lá, ela já saiu e agora os moradores de rua estão tirando as telhas e grade, derrubando e levando tudo porque, na realidade, esses boxes só serviram para os moradores de rua como banheiro, dentre outras coisas e o feirante nunca usou”. 

A falta do banheiro exclusivo para os comerciantes e a sensação de insegurança também foram listados pela comerciante. “Infelizmente, a gente passa o dia inteiro na feira, só saímos à noite, não tem banheiro, o que tem está muito deteriorado. Nem sempre tem água lá e ele não é exclusivo para os feirantes, serve também para os moradores de rua e estamos nessa situação. Até agora, a prefeitura não se pronunciou. Há muitas conversas sobre a reforma, mas não há nada oficial e nós não sabemos para onde iremos depois que fecharem o local para reforma. Dificilmente temos uma Guarda Municipal presente. Eles passam, param e vão embora. Aqui é complicado de trabalhar, sempre foi. A Polícia, de vez em quando vem, para e vai embora e nós ficamos”. 

Ela ainda cobrou melhorias nos serviços de limpeza e demonstrou preocupação quanto ao prazo da reforma que ainda não tem data para começar. “Não tem limpeza. A prova maior você tem na parte de venda de peixes, na porta do banheiro, na área de venda das confecções, aqui não tem esse negócio de limpeza não. Infelizmente, a gente trabalha desta forma. Para a gente, a reforma é sempre muito boa. O problema é a demora, porque vão nos colocar num lugar onde teremos que usar lona, nesse calor infernal de Petrolina que tem um sol para cada um, aí a gente fica dessa forma. O problema que enxergamos na reforma da feira é a demora para entregar, por mais que a gente cobre e pague os nossos impostos, mas há um descaso muito grande por parte da Prefeitura. Para se ter uma ideia, a reforma da feira da Cohab [Massangano] durou mais de dois anos, na Areia Branca também. Enquanto isso, a gente fica aqui ao Deus dará”. 

Segundo o diretor de feiras livres de Petrolina, Tony César, parte dos problemas relatados por Ana Paula estão com as soluções encaminhadas. “Esses barracos não são da prefeitura. Na gestão anterior, eles foram passados para terceiros e essas doações não passaram pela Câmara de Vereadores. Se você prestar atenção vai perceber que não foram os usuários de drogas que retiraram as madeiras e as portas. A Sedurbs notificou cada dono de boxe para que ele retirasse o que investiu. Como foram repassados sem a anuência da Câmara Municipal, essas estruturas serão demolidas, os proprietários já receberam a notificação com o prazo de sete dias para retirada de seus materiais”. 

Ele ainda reforça que há um esquema de segurança presente, além da previsão da assinatura da ordem de serviço para reforma da Feira do José e Maria. “Temos solicitado à Guarda Municipal, que está sempre presente na feira, a Polícia Militar deixa uma viatura aí que fica no bairro. Quando tem uma ocorrência ela sai e depois retorna para a feira. Mas é uma feira malfeita, mal elaborada e entregue de todo jeito. E o nosso prefeito, Simão Durando, preocupado com os moradores e feirantes, vai iniciar uma reforma agora no primeiro semestre com um investimento superior a R$ 10 milhões. Essa feira será modelo para Petrolina, assim como são as feiras da Cohab e da Areia Branca”. 

Quanto ao local provisório de funcionamento da feira, isso está sendo alinhado com a própria categoria, de acordo com o diretor. “Vamos realocar eles para um espaço adequado, atendendo ao pedido de boa parte dos feirantes que vieram conversar com a gente. O tempo de execução da obra é de um ano. Quando se fala que a feira da Cohab passou mais de anos para ser concluída é uma inverdade, porque o tempo da obra foi de um ano e dois meses, na Areia Branca demorou um pouco mais porque houve alguns problemas, mas a previsão é de um ano. A parte de limpeza é feita diariamente. Tenho quatro funcionários só para limpar o banheiro e o pátio da feira. Então, desconheço essa sujeira que ela está relatando”. 

Por fim, ele reafirmou o compromisso da Prefeitura de Petrolina com a revitalização do local. “Essa é uma feira que começa domingo à noite com a chegada dos feirantes, e vai até 22h da segunda. São quase 24h, então, é humanamente impossível ter gente limpando a feira e os banheiros diariamente. Sobre moradores de rua utilizarem o banheiro, eu não posso proibir, até porque é público, não há como restringir o acesso. Estamos aqui atentos a tudo isso, o prefeito Simão Durando tem a sensibilidade e por isso haverá a reforma, com um investimento de R$ 10 milhões e a feira será toda refeita, tornando-se modelo para Petrolina”.