Fernando Rego, talento e lições que consagram sua história

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Fernando Rego desde criança mostrou-se interessado pela música, que era seu ambiente, dentro da atividade de seu pai. E daí, ingressou para a Filarmônica, agora Orquestra Sinfônica, 21 de Setembro, patrimônio da cultura petrolinense. Uma vida inteira dedicada às partituras que deram vida, inspiraram, nas ruas e nos palcos por esse Pernambuco em vários gêneros e ocasiões.

Fernando Rego reproduz a nossa miscigenação de vida beradeira em caudaloso Rio São Francisco. As ruas da Petrolina Antiga reeditam essa página de muitas festas populares, da influência católica da igreja, das datas históricas, para se comemorar as grandes datas nacionais, até aos momentos bucólicos desse lugar.

 Na cidade provinciana, entre o Bairro Atrás da Banca e Caldeirão da Raposa, foi onde um santo, um artista e um músico foi protagonista da festa. Fernando Rego, nasceu maestro, descrevendo em seu temperamento quieto, sisudo, introspectivo. Quanta beleza dessa vida, quantos amores prontos pela noite, quantos carnavais, quermesses e desfiles, iluminando nossas melhores lembranças surgiram. Dessa batuta do maestro Fernando Rego, surgiram muitos, dezenas e dezenas de músicos. A transição da banda em seus de 128 anos, de filarmônica para orquestra sinfônica, quanta magia e tanto repertório resplandescente a invocar marchinhas, samba e canção, hinos religiosos em procissões e novenas, a presença esguia e  carismática desse petrolinense afetuoso e amigo, apaixonado pela melodia, adepto da música popular brasileira, um catedrático dos clássicos de Sebastian Bach e Amadeu, com Villa-Lobos a abrir caminhos caipiras no trem que passa nesses enredos musicais de Petrolina. 

Fernando Rego era muito exigente para que a simplicidade irradiasse encanto. Sua vida era refletida em cada esquina de Petrolina. Desbravador da cultura e antologia do seu passado abraçando a playlist presente, sem medo do futuro. 

Fernando Rego era avesso a entrevista, mas, curtia conversas cotidianas com amigos da sua confiança e seus quereres. Por isso, o apego solitário ao vale do São Francisco. E como se fosse anjo, fazia-se presente em todas as festas, das alegrias com sabor nostálgico. Fernando Rego era a própria clave como emblema dessa hora, onde o real e a fantasia estão juntos.

 Fernando Rego era estudioso dessa música universal e seus milhares de segredos seguem a nos apontar uma regência sem fim. Os 14 anos foram o bastante, como maestro da carinhosa 21 de Setembro. Fernando Rego vai viver cravado nas paredes públicas que nos apontam a maravilhosa cidade. 

Descanse em paz, maestro.