O governo estuda liberar novamente os recursos das contas inativas do FGTS, medida com potencial para injetar R$ 22 bilhões na economia, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Seria um fôlego para o consumo e para a redução do endividamento das famílias, frente ao ritmo fraco do avanço da atividade econômica confirmado ontem (30) pelo IBGE.
A vantagem da liberação das contas inativas é trazer ânimo à economia, sem prejudicar a sustentabilidade do fundo e o uso de seus recursos como fonte de financiamento para a construção civil. O FGTS tem R$ 525 bilhões em estoque, e o valor que o governo pretende liberar representa menos de 5% desse montante.
A medida faz parte de um cardápio de iniciativas que a equipe econômica prepara dentro de uma agenda além da reforma da Previdência. O pacote inclui, ainda, a liberação do saque das contas dos trabalhadores no PIS/Pasep, dinheiro novo para os Estados com novos empréstimos e maior partilha de recursos de pré-sal com os governos regionais.
No governo Michel Temer, a liberação das contas inativas do FGTS pôs R$ 44 bilhões para circular na economia. O saque foi limitado a contas inativas até 31 de dezembro 2015. Cerca de 26 milhões de trabalhadores sacaram os recursos, o que contribuiu com 0,7 ponto porcentual no PIB de 2017, que registrou crescimento de 1,1%.
Agora, o prazo deve englobar contas inativas nos últimos três anos (2016, 2017 e 2018). O trabalhador que tiver trocado de emprego voluntariamente nesse período pode resgatar o valor do FGTS. A vantagem é que o fundo tem remuneração baixa com relação a outros investimentos, até mesmo a poupança. Os recursos poderão ser aplicados ou então usados para quitar dívidas.
Hoje, esse fundo ainda reúne aproximadamente R$ 21 bilhões de trabalhadores que tiveram a carteira assinada entre 1971 e 1988 e não sacaram os recursos. A expectativa do governo é a de que, do total liberado, serão sacados entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. (com informações Agência Estado)