O abastecimento automotivo com gás natural em Petrolina foi restabelecido, mas com restrições. Cada condutor tem a disposição 10 m3 por vez e isso trouxe insatisfação a alguns consumidores que contavam com a possibilidade de encher o cilindro para realizar suas atividades. Entre a principal categoria atendida pela modalidade de combustível, estão os motoristas de aplicativo. Por trabalharem contra o tempo nos atendimentos das chamadas dos clientes e terem seus rendimentos captados diariamente, para mais de uma vez ao dia para abastecer é considerado prejuízo por parte deles.
“A gente fica mais de uma hora na fila e quando chega está limitado a 10 metros cúbicos por carro. Então, a gente já perde o tempo todo na fila e olha o tamanho da fila, quilométrica, para ficar limitado a esses 10m3. Eu vou correr só até meio dia, voltar para cá, perder tempo novamente para abastecer”, explicou Sérgio Silva em entrevista ao Nossa Voz de hoje (30).
Após a instalação do kit conversor do veículo para gás natural ele revela não ser mais viável retornar ao uso da gasolina para realizar o serviço. “Ontem foram R$ 180 de gasolina porque não tinha gás. Hoje, coloquei 10 m3, vou rodar até meio dia, depois vou perder mais uma hora e pouco pra voltar para cá. Então, isso em reais, vou deixar de ganhar uns R$ 100 a R$ 150 e já vai fazer falta para pagar alguma conta, principalmente pelo valor que investi no carro e no gás. Eu investi R$ 100 mil com o kit para quê? Pra não conseguir pagar por ele?”
Já para Adauto, que também é motorista de aplicativo, ter o abastecimento racionado é melhor do que nada. “Prejuizo a gente tem se não tiver nenhum metro cúbico de gás para trabalhar. Porque 10 m3 já dá para trabalhar um pouco. Acho também que a gente precisa ter um pouco de consciência que aquele caminhão que veio não dá conta de abastecer todos os carros enchendo o cilindro. Então, acho que temos que pôr a mão na consciência, de que é melhor ter 10 m3 do que nada porque foi uma forma que eles acharam de trazer esse gás para Petrolina”.
Relembrando os problemas que ocasionaram a falta de gás natural em Petrolina, Adalto reforça os esforços estabelecidos para o retorno da modalidade. “Porque faltou o fornecimento do caminhão que vinha de São Paulo, então, estão trazendo aquele caminhão já do Recife com o gás pronto. Aquele caminhão não dá conta de abastecer todo mundo, vão ficar três caminhões daquela forma, trazendo, voltando e pegando mais e voltando. Foi a única forma que conseguiram de achar.O camarada está achando ruim de voltar, de abastecer com 10 m3, perder um pouco de tempo na fila. Eu digo que ruim, é se não tivesse nem um m3”, reforçou.
O Nossa Voz também entrou em contato com o proprietário do posto habilitado para fornecimento do GNV nesta manhã, mas não obteve resposta.