Oficialmente filiado ao Podemos, Armando Monteiro defende o fortalecimento do partido nos municípios pernambucanos e a manutenção de uma posição mais independente dentro da legenda, que atualmente integra a base da governadora Raquel Lyra. Ao elencar os motivos que o levaram a escolher o partido, dentre os convites que recebeu desde que deixou o PSDB, Monteiro destacou o distanciamento do Podemos à polarização extrema entre direita e esquerda no Brasil, o que classificou como “tóxica” nos tempos atuais.
“É um partido novo, que tem um diário liberal, defende as reformas, que não está vinculado a essa polarização extremada que existe hoje no Brasil, eu diria que até tóxica porque é uma posição de absoluto maniqueísmo, quer dizer, quem está de um lado está errado, quem está do outro também, em suma, o Podemos é um partido de perfil independente que vem crescendo bastante, tem forte presença no Congresso com oito senadores e 16 deputados federais. E aqui em Pernambuco, especialmente, os seus dirigentes estão muito ligados às questões municipais, tanto que são, no caso do ex-deputado Ricardo Teobaldo, ex-prefeito e o atual presidente é prefeito de Pau D’alho e será presidente da Amupe a partir de fevereiro. Então, por todas essas razões, eu optei pelo Podemos”.
Sobre a permanência na base aliada do governo do estado, Armando fez questão de relembrar que foi um dos aliados de primeira hora quando Raquel Lyra decidiu concorrer à governadora e reforçou que sua saída do PSDB não trouxe máculas à boa relação que mantém com a gestora. “Eu acho que cumpri a minha missão na medida em que esse projeto foi bem sucedido, esse projeto que imaginamos, construímos, mas é evidente que depois da eleição, a governadora se dedicou às tarefas do governo e com dificuldades inicialmente, porque Pernambuco sabe, o governo estava meio travado no início, houve dificuldades para a formação da equipe e, portanto, a governadora dedicou-se muito ao seu trabalho e não pode se dedicar ao partido, mas ainda assim permaneceu na presidência dele. Ora, quando eu percebi que o partido não estava tendo vida própria, e no planos nacional estava sem rumo, o nosso PSDB que teve uma presença importante na vida política brasileira, hoje é um partido que está diminuindo, desidratando por falta de rumo, e eu achei que a minha missão estava esgotada” analisou.
Entretanto, a condição de aliado não o exime de fazer as críticas necessárias ao desenvolvimento da gestão. “Eu tenho a melhor relação com a governadora, torço e colaboro para que o seu governo tenha êxito, porque em última instância é isso que Pernambuco precisa, ela tem que fazer as entregas e cumprir as demandas que foram feitas e atender a essas demandas imensas que a população de Pernambuco tem. Então, eu agora num partido que ainda que apoie a governadora, e essa é a opção do Podemos em Pernambuco, eu ainda quero ter também uma posição mais independente para apontar, eventualmente, erros, para poder reclamar a correção de rumos do governo, para apontar caminhos. Eu acho que nesta altura da minha vida pública eu tenho que dar uma colaboração que seja feita de forma absolutamente franca, aberta e muitas vezes crítica também. Essa talvez seja a melhor forma de ajudar”.
E falando em ajuda, com o ingresso no Podemos, Armando Monteiro já tem, junto com as demais lideranças da legenda, um plano traçado para fortalecimento do partido em 2024. “Nós vamos, na eleição municipal, há muitos quadros que já estão procurando um partido. Nós vamos fazer um grande trabalho em todas as regiões para filiar novas lideranças. Aliás, os partidos políticos precisam formar lideranças e isso é fundamental. Então, nós vamos percorrer o Estado, vamos fazer esse trabalho e eu espero que o partido possa ter uma presença forte nas eleições municipais tendo um grande número de candidatos às Câmaras Municipais, às Prefeituras porque um partido tem que se fortalecer para os embates futuros”.