A segunda edição da Fruit Attraction São Paulo está prestes a acontecer nos dias 25, 26 e 27 de março, consolidando-se como o principal evento internacional do setor de frutas e hortaliças no Hemisfério Sul. Organizada pela Infema Madrid e Fiera Milano Brasil, a feira se alterna com a edição de Madrid, que lidera o segmento no Hemisfério Norte.
O evento reunirá produtores de todo o Brasil e de diversos países da América Latina, além de importantes representantes do setor. Entre os participantes, estará Francisco Nunes, diretor financeiro do Sindicato Nacional dos Produtores de Coco do Brasil e proprietário da empresa Água de Coco Velho Chico. Ele compartilhou suas expectativas sobre o evento:
“Nós estamos indo para esse evento e tem mais um detalhe: é a primeira vez que a Água de Coco Velho Chico vai chegar a São Paulo. Eu tenho certeza que vai ser aprovadíssima e disputadíssima. Pode ter certeza! Eu não tenho dúvida nenhuma que, a partir desse evento, nós vamos fazer uma fila de carretas levando Água de Coco Velho Chico para São Paulo.”
A feira representa uma oportunidade para a valorização da produção regional, especialmente para pequenos e médios produtores. No entanto, Francisco ressalta os desafios enfrentados pelos empreendedores do setor e destaca o apoio que recebeu de Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas:
“O meu estado de espírito hoje é de muita atenção, porque é uma responsabilidade grande. Tenho que fazer justiça: quem me colocou esse desafio foi Guilherme Coelho. Eu costumo dizer a ele: ‘A responsabilidade é sua, porque você que me convida para os desafios’. E eu não sou de deixar desafio para trás ou de me inibir com eles.”
Francisco também mencionou os custos elevados para a participação de sua empresa no evento, criticando a falta de um suporte financeiro mais expressivo por parte do governo do estado de Pernambuco:
“O que o governo nos disponibilizou foi apenas o estande. Todo o custo financeiro, de transporte e logística, é nosso. Para uma empresa do porte da minha, é um investimento muito alto. Só o frete para São Paulo custa em torno de R$ 10 mil. Para o governo, isso não representa nada, mas para nós é um valor significativo.”
Outro ponto abordado foi a exclusão de pequenos produtores devido a critérios de classificação de produtos, o que gerou prejuízo para alguns participantes que já haviam se programado para o evento.
A produção de coco no Vale do São Francisco também foi um tema em discussão, com Francisco alertando sobre a tendência de redução da cultura na região devido ao crescimento do mercado de exportação de uvas e mangas para a China:
“A cultura do coco é a de menor valor agregado para o produtor. Quando entra na agroindústria, muda. Mas só temos um produtor na região com agroindústria. O que acontece? Se um produtor tem 10 hectares de coco e recebe uma proposta de R$ 4 milhões para vender a propriedade que vale R$ 2 milhões, quem manda no mundo é o dinheiro.”
Apesar dos desafios, Francisco enfatizou o potencial do produto e a importância de fortalecer a produção e distribuição nacionalmente:
“Nossa Água de Coco Velho Chico é melhor do que a do coco in natura, porque passa por um rigoroso processo de higienização. É a água de coco mais saudável do Brasil. Eu convido qualquer um a visitar nossa produção e conferir.”
A participação na Fruit Attraction São Paulo promete abrir novos mercados para os produtores do Nordeste, incentivando o fortalecimento da cadeia produtiva e novas parcerias comerciais.
