Gaturiano critica falhas no saneamento de Petrolina e diz que tem líder comunitário “pago para falar mal da gestão Raquel Lyra”

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Durante pronunciamento feito na Câmara Municipal de Petrolina durante a sessão desta terça-feira (04), o vereador Gaturiano Cigano (PV) soltou farpas a respeito da condução de alguns partidos em Petrolina, em referência ao discurso feito pelo colega, Alex de Jesus. 

“Hoje eu sou líder do PV. Eu tenho um partido que posso chamar de meu. Antes estava no União Brasil, contribui bastante para que o prefeito fosse eleito em Petrolina. Aqui eu queria chamar a atenção de alguns colegas, vereadores, e líderes comunitários que estão sendo pagos, financiados para falar mal da governadora Raquel Lyra. Com apenas 90 dias de mandato, tem muito ainda pela frente. E aqui quero fazer um convite aos vereadores suplentes e líderes comunitários, que venham se filiar ao meu partido, ao PV. Venham para cá porque quero enfrentar eles. Estão aí falando que eu não serei nem candidato, mas estou aqui pronto, toda hora”, alfinetou. 

Mas seu verdadeiro objetivo foi cobrar dos integrantes da gestão municipal as informações acerca do processo de municipalização dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto na cidade. “Em 29 de novembro de 2018, às 16h43, o ex-prefeito, Miguel Coelho, diz que até o carnaval de 2019 iria despachar a Compesa de Petrolina. A Compesa está aí, acabando com a cidade. É esgoto estourado, m**** para todo canto, desculpe a expressão aqui. Eu andei no Loteamento Recife e aqueles comerciantes estão sofrendo bastante com essa situação. Saas: Quem se lembra deste projeto? Eu vi aqui vereadores levando pressão do governo [municipal] para assinar esse projeto. Um PL que cria a Companhia de Saneamento e Abastecimento de Águas do Sertão (SAAS) enviado pelo ex-prefeito Miguel Coelho a esta Câmara”.

A medida, levantada pelo ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, esbarrou em questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas de Pernambuco, onde permanece em análise. Para Gaturiano, a promessa de realizar o serviço localmente não passou de propaganda política. ” Qual era o intuito? Despachar a Compesa. E por que isso não aconteceu? porque o povo de Petrolina ainda se encontra no esgoto, na m****? Isso é culpa da gestão atual? Quem é o culpado disso? A Câmara aprovou este projeto. Por que o SAAS não toma conta de Petrolina? E aí, tem líder comunitário que recebe R$ 500, R$ mil para falar mal da governadora que tem 90 dias e ainda não conseguiu resolver a situação que há mais de 10, 20 anos se alastra na cidade e querem que a mulher resolva em 90 dias. Eu sei o que é isso. Já é uma pré-campanha para daqui a quatro anos. Não tiveram o poder da barganha”. 

Atento ao discurso feito pelo oposicionista, o líder da situação, Diogo Hoffmann afirmou que o processo de municipalização demandava tempo e um olhar atento aos passos dados pela gestão estadual no gerenciamento da Companhia Pernambucana de Saneamento. “O vereador Gaturiano tratou do assunto da Compesa e a gente precisa também lembrar que a troca da companhia para o SAAS as que nós aprovamos aqui não é algo tão rápido porque envolve ajustes administrativos, ajustes operacionais e envolve até mesmo demandas judiciais. A própria Compesa afirmou à época que judicializaria a lei que nós aprovamos, para tentar manter o seu serviço. Mas, independentemente disso, nós temos que lembrar que, recentemente, a própria governadora Raquel Lyra autorizou o estudo para venda e privatização da Compesa. Ou seja, essa discussão não acontece só no âmbito de Petrolina, está acontecendo também no âmbito do governo do estado”.