Apesar das reclamações da população, o gerente regional da Compesa, Marcelo Guimarães acredita que a companhia teve um balanço positivo das ações realizadas este ano. Em entrevista ao Nossa Voz desta terça-feira (21), o gestor reforçou os investimentos feitos na cidade e destacou as ampliações das redes de abastecimento de água que vão tirar algumas localidades do sistema de rodízio, a exemplo de Izacolândia e Rajada. As ampliações realizadas nestes sistemas também vão favorecer as cidades de Lagoa Grande, Afrânio e Dormentes. Estes dois últimos municípios citados amargam vários dias seguidos sem água nas torneiras.
Izacolândia e Lagoa Grande
Depois de listar as tecnologias aliadas ao atendimento para o consumidor como a versão atualizada da agência virtual, a disponibilização do pagamento da conta via pix, dentre outros, Guimarães revelou as obras em andamento na cidade. “Estamos entregando, ainda em dezembro, até o dia 30, o Parque Massangano. É o sistema de esgotamento sanitário com um investimento perto de R$ 3 milhões e que vai atender cerca de 3 mil pessoas. (…) Demos a ordem de serviço agora em dezembro e estamos iniciando a obra de ampliação do sistema que abastece Izacolândia e Lagoa Grande”.
Rajada, Dormentes e Afrânio
O gerente da Compesa também estabelece um prazo para a conclusão das obras citadas. ” É um sistema integrado, mas no caso de Petrolina, até março essa obra estará concluída. São mais de R$ 1,6 milhões e vai tirar Izacolândia do rodízio. Outra obra de grande importância é a segunda etapa de melhoria do sistema Maria Tereza, aquele sistema integrado que atende a toda a zona rural, Afrânio e Dormentes. (…) Essa segunda etapa iniciou agora também e deve concluir até abril e representará inclusive para Rajada que ainda tem um rodízio, até pequeno de um dia sim e dois dias não, é uma situação que não causa nenhum desconforto a cidade, mas esta melhoria vai tirar também Rajada o rodízio e com isso, todos os aglomerados urbanos de Petrolina vão estar com água 24 horas”, previu, confirmando a complementação do abastecimento do bairro Jardim Petrópolis.
Henrique Leite e João de Deus
Marcelo Guimarães também revelou haver estudos em curso para acabar com as quedas nas pressões das tubulações dos bairros Henrique Leite e João de Deus, o que causa o desabastecimento dessas localidades. Ele ainda lamentou as perdas de água através das ligações clandestinas e reforçou o apelo para que a população regularize a situação. “A gente poderia estar mais próximo daquilo que todos os clientes de todas as áreas desejam, se houvesse um melhor ordenamento urbano e que a gente veja que é um problema. Há áreas que são ocupadas sem infraestrutura, muitos loteamentos são formados sem infraestrutura e nem formalizado a Compesa é. (…) O estudo apontou que cerca de 70% da perda de água, que causa esse desequilíbrio, é de desvio de água, ou seja, abastecimento irregular, clandestinidade, pessoas que realmente não colaboram”.
O gestor, mesmo elogiando os avanços registrados na mobilidade do município alcançada através do programa municipal de pavimentação, reclamou dos rompimentos de tubulações feitas pelo maquinário usado nas obras em questão. “O recurso que poderíamos estar utilizando para atender essas áreas, uma rua ou outra que está sem o saneamento, tivemos que consertar aquelas que foram destruídas, quebradas, danificadas pelo programa de pavimentação da cidade”, criticou, revelando que a Compesa tem investido mais de R$ 1 milhão.
Arrecadação x investimentos
Quando questionado sobre o comparativo entre o valor arrecadado na cidade e o quanto é investido no município, Marcelo Guimarães se mostrou resistente em revelar os números absolutos. Segundo o gerente da companhia, o tema torna-se complexo diante das normas que regem o subsídio cruzado, onde o valor arrecadado em cada município é gerenciado e distribuído em diversas regiões do Estado. “Para eu responder a sua pergunta e não ficar mal entendido ou compreendido pela população teríamos que discutir alguns temas e isso não seria interessante. A gente investiu cerca de uns R$ 10 milhões entre 2020 e 2021. Só a obra do Jatobá são R$ 6 milhões”.
Sobre a arrecadação, Guimarães estimou o montante de R$ 80 milhões por ano em valor bruto. “A operação de Petrolina não é nem um pouquinho barata, a gente consome todo o recurso na operação da cidade”.