Gerente do DINC fala sobre importância da municipalização das áreas irrigadas: “Precisa realmente avançar”

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Ciente das demandas da população residente no núcleos do Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, o gerente executivo do Distrito de Irrigação Nilo Coelho (DINC), Paulo Sales, entende a urgência do ingresso daquelas áreas na responsabilidade municipal. Atualmente, assim como as áreas de produção agrícola, as vilas estão sob gestão federal através da Codevasf e com isso, muitos serviços ficam aquém das necessidades sociais dos seus moradores. 

“Essa discussão tem sido ampliada nos últimos tempos em função do próprio aumento das populações internas do Nilo Coelho. São dados, por exemplo, que a maioria das pessoas não sabem. Nós temos hoje cerca de 90 mil pessoas morando dentro do projeto. Isso é uma cidade. Então, quais são os desafios que a gente vê, do ponto de vista da assistência de atendimento social? São muitos. Há núcleos no Nilo Coelho que são maiores que bairros de Petrolina”, destacou em entrevista ao Nossa Voz de hoje (20). 

Sales relatou que já há um diálogo estabelecido nesse sentido, entretanto ainda há muito para avançar. “O poder público precisa enxergar essas áreas urbanas presentes nas áreas rurais como dele. E nós temos visto uma sinalização muito importante por parte da prefeitura, no sentido de entender isso, ela tem isso a esse encontro. Obviamente, isso é um assunto que precisa meio que encaixar entre a Codevasf e a  prefeitura porque as áreas do projeto, do ponto de vista patrimonial pertencem a um órgão federal, que é a Codevasf e que tem sido passadas para a gestão municipal”, relatou. 

A tramitação para que as áreas hoje federais passem a constar como municipais segue em Brasília, mas há alguns impasses estruturais que precisam ser solucionados pela Codevasf. “O que temos de informação é que o que existe é apenas o processo de validação dessa transferência desse núcleos habitacionais para a prefeitura por meio da Câmara. Então, até onde eu sei esse processo ainda não foi fechado. Mas que, é de interesse da Codevasf, que sinaliza a entrega dessas vilas para a prefeitura e ela entende que é o seu papel, está de acordo, mas, tem coisas que precisam ser resolvidas”.

Relembrando a importância da conclusão desse processo, o gerente executivo do DINC reforçou a densidade populacional dos núcleos habitacionais e as demandas relativas ao bem estar dessas pessoas. “É uma necessidade, o que a gente enxerga do aumento da população no projeto é uma coisa absurda. Isso é bom por um lado porque está mostrando que as pessoas estão enxergando a oportunidade de desenvolvimento, de emprego, mas por outro lado leva demandas de infraestruturas importantes e que nós não enxergamos no projeto. Então, essa chuva que deu ai o que trouxe de problemas para a gente, Distrito, Codevasf e Prefeitura, você não tem ideia. Por isso, o que temos chamado a atenção, enquanto órgão? É precisa que os entes públicos, através de governo municipal, o próprio Legislativo, juntamente com a Codevasf, porque ela não pode ser alijada do processo por ser dona do projeto, mas isso precisa realmente avançar. Porque, do jeito que as coisas estão, os problemas estão se multiplicando, vão se potencializando e a gente não quer que isso aconteça”, finalizou.