Durante a sessão da última quinta-feira (09), o vereador Gilmar Santos apresentou um requerimento, solicitando ao secretário de Saúde de Petrolina, João Luís Nogueira Barreto, informações sobre os protocolos de atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A demanda foi motivada por um fato presenciado pelo parlamentar, durante uma visita a Ame do bairro José e Maria.
De acordo com Santos, os familiares de um paciente, ao perceber o agravamento do quadro de saúde, o levaram para o referido posto. Lá, a médica que atendia no local solicitou a remoção dessa pessoa para uma unidade especializada, mas teria ocorrido a recusa pelo responsável pela regulação do Samu. “Foi necessário que a médica da AME ameaçasse os servidores do Samu para que eles viessem salvar aquela pessoa”, relatou.
Ao dar prosseguimento ao relato, o vereador demonstrou sua indignação com a falta de humanização no tratamento do paciente. “O Samu foi solicitado, os servidores chegaram para socorrer, só que naquele momento em que o rapaz estava convulsionando, esses socorristas disseram que iriam aplicar apenas uma dipirona por se tratar de um paciente paliativo. Ou seja, em outras palavras, é como se quisessem dizer: ‘pode deixar morrer, que nós não podemos fazer muita coisa’. E aquilo me causou uma indignação profunda. Primeiro, eu não intervi para não me acusarem de que estava usando a força do meu mandato para dificultar o trabalho do Samu. Deixei que eles cumprissem essa primeira parte do serviço. Aplicaram uma Dipirona e o rapaz continuou convulsionando, a família em desespero. A ambulância foi embora e eu tive que ir atrás e intervir numa via para que eles voltassem para socorrer a vítima”.
Depois disso, o rapaz foi levado ao Hospital Universitário onde passou por uma cirurgia, mas não resistiu e faleceu naquela unidade de saúde. Para Santos, a tentativa de salvá-lo reduziu a sensação de impotência da família. “Ele não resistiu, mas a família não ficou com a sensação de não ter feito nada, não ficou com a sensação de que o poder público não agiu. Mas a abordagem, a forma como aqueles servidores do Samu atuaram é desumana. E a gente quer entender que protocolo é esse, que orientação é essa que os servidores recebem para tratar tão mal a população”.
O requerimento nº 093/2023 foi aprovado em bloco, com as demais solicitações pautadas pelos vereadores nesta quinta-feira (09).
Nós entramos em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde e assim que houver o posicionamento acerca do fato, a matéria será atualizada.