Indicadores compilados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nos últimos dias mostram um cenário de mais incertezas sobre o retorno das chuvas nos próximos meses, o que aumenta a pressão sobre o governo Lula para a adoção do horário de verão. A expectativa é de que o assunto entre na pauta do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), nesta terça-feira 15.
Na quarta-feira passada 9, em reunião da Câmara de Monitoramento do Sistema Elétrico — que reúne integrantes das agências nacionais de Energia Elétrica (Aneel) e do Petróleo (ANP), da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e do Ministério de Minas e Energia —, o ONS informou que as projeções indicam piora nas condições de fornecimento de energia nos próximos meses.
Segundo o operador, nos dois cenários prospectivos, a água que deverá afluir para as represas das hidrelétricas deste mês até março de 2025 ficará abaixo da média histórica. No pior cenário, a energia armazenada nos reservatórios, ao fim do período de chuvas, ficará 23,4% abaixo da de março deste ano.
“As projeções indicam incertezas com relação ao início e condições do período úmido, apesar de alguns modelos enxergarem maior nível de precipitação a partir da segunda quinzena deste mês. Com a estiagem severa dos últimos meses, as próximas chuvas precisam, num primeiro momento, permitir que o solo recupere sua umidade para que, posteriormente, seja observada a elevação dos níveis das vazões”, afirma o ONS em nota sobre a reunião, disponível em seu site.
A recuperação dos volumes nas represas é esperada apenas para janeiro. “O principal desafio identificado pelo ONS até dezembro é o atendimento da ponta de carga, horário em que a demanda atinge seu ponto máximo, que geralmente acontece entre 18h e 20h”, afirma.
É justamente nesse intervalo do dia em que o horário de verão mostra sua efetividade, segundo estudo apresentado pelo ONS no mês passado recomendando a adoção da política.
A nota técnica afirma que o horário de verão pode adiar em até 2h o momento de maior consumo à noite, quando a energia solar não está mais disponível.
Fonte: Estadão