Governo de Pernambuco amplia projeto de saúde mental e combate à violência nas escolas

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O Governo de Pernambuco oficializou o Projeto EntreLaços, iniciativa que busca promover a saúde mental e enfrentar a violência no ambiente escolar. Criado em fevereiro de 2024, o programa atua com protocolos para prevenção do bullying, escuta qualificada dos estudantes e ações que envolvem toda a comunidade escolar. A proposta é transformar a escola em um espaço mais acolhedor e seguro, fortalecendo vínculos e prevenindo situações de risco.

Segundo o gerente de Políticas Educacionais de Direitos Humanos e Cidadania, Cledson Severino de Lima, o projeto já está presente em escolas estaduais de várias regiões, com apoio de psicólogos e assistentes sociais contratados por concurso público. “A gente faz a formação com esses profissionais, eles multiplicam o conhecimento nas escolas e, agora, tivemos a notícia maravilhosa da governadora: ampliar para que cada escola tenha um psicólogo próprio. Foi preciso esgotar o cadastro de reserva do concurso e, agora, finalizamos um edital para contratação temporária, garantindo que todas as unidades estejam cobertas”, destacou.

Cledson reforça que a atuação desses profissionais é pedagógica, não clínica. “Ainda existe a interpretação equivocada de que o psicólogo escolar fará atendimento clínico. Nosso recorte é sempre pedagógico, buscando a harmonia nas relações e a melhoria do ambiente escolar. É sobre prevenção, orientação e fortalecimento dos vínculos”, explica.

Monitoramento e resultados

Para avaliar o impacto do EntreLaços, a Secretaria de Educação utiliza o Sistema de Ocorrência Escolar, plataforma oficial que registra e categoriza casos de violência. “Antes, os dados ficavam soltos e dificultavam a análise. Agora, conseguimos detalhar melhor as ocorrências, identificar padrões e criar estratégias mais efetivas. É fundamental que os gestores escolares registrem tudo, porque só assim conseguimos calcular, qualificar e melhorar o ambiente escolar”, afirma Cledson.

O programa também atua diretamente no enfrentamento ao bullying, com protocolos que envolvem escuta das partes, mediação e encaminhamento, quando necessário, a outros órgãos competentes. “Brincadeira só é boa quando os dois lados se divertem. Se um sorri e o outro não gosta, já é um ponto de atenção. Ainda percebemos uma interpretação equivocada sobre o que é bullying e trabalhamos para mudar essa visão”, diz.

Na Gerência Regional de Petrolina, por exemplo, as escolas estaduais elaboraram um documento próprio com estratégias para prevenção do bullying e do racismo, experiência que serviu de referência para outras regiões do estado.

Perspectivas e expansão

O EntreLaços também se conecta com iniciativas nacionais, como o Programa Escola que Protege, do Ministério da Educação (MEC). No último encontro com representantes das 27 unidades da federação, Pernambuco apresentou suas ações e recebeu reconhecimento pelo avanço.

“O projeto ainda não chegou a 100% das escolas, mas já alcançamos metade da rede estadual com registros e ações efetivas. Nossa meta é que, a partir de janeiro do próximo ano, todas as 1.609 escolas contem com psicólogos e assistentes sociais, atuando de forma integrada”, afirma Cledson.

Ele reforça que o objetivo final é preparar os estudantes para lidar melhor com as próprias emoções. “A gente sabe a diferença que faz ter um profissional qualificado para escutar. Queremos que nossos alunos, que serão os futuros profissionais de diversas áreas, tenham um maior controle emocional e vivam dias melhores.”