Greve dos motoristas da Univasf continua: pró-reitor explica impasse e pagamento atrasado

0

A greve dos motoristas da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) continua, conforme anunciado pelo Sindicato da categoria. O movimento, que começou ontem, tem como principal motivo o atraso no pagamento dos salários. A equipe de reportagem ouviu o pró-reitor de assistência estudantil da Univasf, Clébio Ferreira, que detalhou o cenário e os esforços da universidade para resolver a situação.

Segundo Clébio Ferreira, o diálogo com os motoristas e representantes do sindicato foi extenso e produtivo. Ele destacou o compromisso da instituição em priorizar o pagamento da fatura pendente, mesmo antes do repasse de recursos do Ministério da Educação (MEC). “Nos comprometemos com realizar o pagamento deles o mais breve possível, sem que o dinheiro do MEC entrasse na conta da universidade. Essa seria a primeira fatura a ser paga”, afirmou.

O pró-reitor explicou que a universidade não realiza os pagamentos diretamente aos motoristas, uma vez que o vínculo trabalhista se dá através de empresas terceirizadas. “Os pagamentos são feitos pelas empresas contratadas. As empresas contratadas emitem notas fiscais, nós pagamos a essas empresas e elas repassam os valores devidos a cada um dos seus colaboradores”, explicou.

Um dos principais entraves está no contato com a empresa contratante dos motoristas, a Decisiva. Clébio Ferreira relatou a dificuldade em estabelecer comunicação direta com a administração da empresa desde que ela enviou um e-mail, no dia 7 de fevereiro, informando o encerramento de suas atividades. “De lá para cá, eles têm evitado o contato conosco, não atendendo nossas ligações, não respondendo nossos e-mails. O único contato que nós estamos tendo é com o RH da empresa”, pontuou.

Na última quarta-feira, a universidade recebeu os dados necessários dos motoristas para viabilizar o pagamento. “Já fizemos a solicitação do recurso. O dinheiro só caiu na conta da universidade ontem por volta das 7 horas da noite. Então estamos esperando agora o sistema abrir para poder autorizar o bancário dos salários dos motoristas que estão atrasados aí já em 15 dias”, informou o pró-reitor.

Outro ponto de tensão são as exigências do sindicato relacionadas à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. De acordo com Clébio Ferreira, o reconhecimento das questões trabalhistas dos motoristas cabe à empresa contratante e não diretamente à Univasf. “A Univasf não define o valor do salário do motorista. Quem define seu salário é a empresa contratada pela instituição. Deixamos bem claro isso para o sindicato”, afirmou.

Para tentar mediar o impasse, a Univasf procurou o Ministério Público do Trabalho (MPT) e participou de uma audiência de conciliação na última quarta-feira. “Mais uma vez nós colocamos aqui a disposição para realizar o pagamento direto aos motoristas, já que a empresa não está fazendo. Informamos também que, para o pagamento do mês de fevereiro, agora no início de março, iremos fazer a mesma coisa”, disse Clébio Ferreira.

A universidade já solicitou à empresa contratante os valores devidos a cada motorista e aguarda a abertura do sistema bancário para efetuar os pagamentos. “A primeira ordem de pagamento do dia aqui na instituição será a ordem de pagamento direto na conta dos motoristas. Diante disso, eu irei procurar os motoristas, informá-los e espero que eles tenham uma decisão de retorno de suas atividades”, concluiu o pró-reitor.

A expectativa agora é que, com os salários regularizados, os motoristas voltem ao trabalho e o serviço de transporte da Univasf seja normalizado o mais breve possível.