O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta terça-feira (13), que o tema da sucessão no Banco Central entrou no radar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que quer garantir a sabatina do sucessor de Roberto Campos Neto.
De acordo com o chefe da pasta, o presidente da República deve conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) para discutir os prazos de sabatina e o calendário eleitoral.
“Ele ficou de conversar com o presidente Pacheco para garantir que o nome dele possa ser sabatinado nesses esforços concentrados que são feitos”, disse Haddad.
O ministro disse, ainda, que a data da indicação também depende dessa conversa com o presidente do Senado. “Acredito que vai ser nas próximas semanas”, afirmou.
Como tradicionalmente ocorre em ano eleitoral, parlamentares devem esvaziar o Congresso Nacional para ajudar a eleger aliados em seus estados. A redução no ritmo de trabalho até o primeiro turno já foi definida pelas duas Casas.
Em decorrência das eleições municipais de outubro, no Senado haverá sessões presenciais apenas nesta semana e na primeira de setembro. Nas duas próximas semanas de agosto, os senadores poderão participar de forma virtual –o que, na prática, dificulta a votação de projetos sensíveis.
Em abril, Lula foi questionado sobre a possibilidade de antecipar a sucessão no Banco Central. Na ocasião, respondeu que ainda não havia tomado uma decisão, mas indicou que essa escolha poderia ficar para o fim do ano, quando termina o mandato de Campos Neto.
À reportagem, o presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), disse contar com a antecipação da indicação e afirma que irá pautar logo a sabatina e a votação. “Não vou ficar segurando”, informou Cardoso.
A CAE é a comissão responsável por fazer a sabatina e votar a indicação do presidente Lula. Em seguida, o plenário da Casa faz uma nova votação para confirmar a indicação.
Entre alguns senadores da CAE, ouvidos pela Folha, há preferência para que a indicação ocorra em setembro, após a próxima reunião do Copom, nos dias 17 e 18, em vez do anúncio em agosto, como boa parte do mercado financeiro já trabalha.
Fonte: Folha de S. Paulo