Hospital Municipal de Petrolina promove mutirões e prevê 4,5 mil atendimentos médicos mensais

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Em entrevista ao programa Nossa Voz, nesta sexta-feira (25), o Secretário de Saúde de Petrolina, João Luiz, e a diretora médica da organização social S3 Gestão em Saúde, Débora Possídio, falaram sobre as recentes ações voltadas à ampliação e melhoria dos serviços de saúde no município, com destaque para as novas atividades realizadas no Hospital Municipal Dr. Alirio Brandão. A S3 Gestão em Saúde, empresa sem fins lucrativos contratada para gerenciar o hospital, assumiu oficialmente a administração em outubro deste ano, após ser apresentada pelo prefeito Simão Durando.

João Luiz abordou o processo de entrega do hospital e a atuação da nova gestora. “Estamos aqui com a doutora Débora Posidio, diretora médica da OSS, organização social que venceu o certame para administrar e fazer a gestão do Hospital Municipal Dr. Alirio Brandão. Essa organização tem mais de 70 anos no mercado, e o hospital foi entregue no dia quatro de julho de 2024. Desde então, começamos com uma alta demanda, especialmente em oftalmologia, com cerca de 10 mil pacientes aguardando atendimento na região do Vale do São Francisco. O hospital foi aberto gradativamente, inicialmente com serviços de oftalmologia”, explicou.

O secretário também destacou que a gestão municipal busca uma parceria com o Instituto Altino Ventura para expandir ainda mais esses serviços. “Estamos em negociação para que o Instituto venha para Petrolina, de modo a atender a necessidade oftalmológica essencial para a população”, completou.

Ainda segundo João Luiz, a estrutura do hospital passou a atender de forma contínua uma demanda significativa de consultas e cirurgias. “Realizamos aproximadamente 10 mil consultas e 700 cirurgias de catarata até o final de agosto. Os três blocos cirúrgicos do hospital estão operando, e seguimos com uma meta clara de aumentar o número de procedimentos e de consultas”, afirmou.

“Nossa intenção é que, aos poucos, o hospital passe a suprir outras especialidades. Neste mês de outubro, a meta é realizar 3.000 consultas especializadas nas áreas de cirurgia geral, dermatologia, vascular, ortopedia, otorrino, urologia, ginecologia, cardiologia e outras, além de exames de ultrassonografia e eletrocardiograma”, detalhou.

Débora Posidio anunciou uma ação específica para este sábado, dentro do contexto do Outubro Rosa, voltada à saúde da mulher. “Teremos atendimento com mastologista, ginecologista, ultrassonografias mamárias e colposcopias. Este é um evento alusivo ao Outubro Rosa e foi pensado para proporcionar acesso a exames preventivos essenciais”, disse a diretora.

Ela destacou ainda o caráter educativo da ação, que contará com rodas de conversa sobre câncer de mama e práticas terapêuticas, como auriculoterapia e ventosaterapia, acessíveis a todas as participantes. “Esperamos que as mulheres que agendaram suas consultas compareçam e, se possível, tragam acompanhantes, de modo a também aproveitarem os outros serviços oferecidos pelo hospital. Queremos reforçar nosso compromisso com a saúde e a prevenção, buscando um impacto positivo e duradouro na saúde da mulher”, completou.

João Luiz enfatizou a ampliação dos atendimentos oftalmológicos. “Hoje realizamos cerca de 450 consultas mensais em oftalmologia, mas temos capacidade para aumentar esse número gradativamente, de acordo com a demanda identificada”, afirmou.

Segundo o secretário, esse modelo de flexibilidade permite que a administração ajuste a oferta de serviços com base nas necessidades mais urgentes da população. “Esse é um trabalho contínuo, com análise das filas de espera para podermos atender o maior número possível de pessoas”, disse.

O secretário explicou também como funciona o contrato com a S3 Gestão em Saúde e o sistema de avaliação de desempenho dos serviços prestados. “As OSS contratadas pelo estado de Pernambuco têm um período de quatro meses para operar até 65% de sua capacidade, podendo expandir até 100% de acordo com a evolução do hospital e da equipe”, explicou.

Segundo ele, o modelo de gestão inclui um contrato de 70% de pagamento fixo e 30% variável, atrelado ao cumprimento de metas e à qualidade dos serviços, com avaliação direta da população sobre aspectos como atendimento humanizado, desempenho dos médicos e qualidade dos serviços. “Esse modelo busca incentivar a unidade a atingir excelência, e é por isso que cada atendimento é avaliado. A S3 tem feito sua parte, e o município cobra resultados constantemente, inclusive com comissões técnicas que acompanham o contrato de perto”, pontuou.

Débora Posidio também ressaltou a importância de flexibilizar o atendimento no hospital municipal para desafogar outras unidades de saúde do município, como a UPA e a Policlínica. “Estamos direcionando pacientes que antes procuravam essas unidades para o Hospital Municipal. Isso nos permite oferecer atendimento especializado em áreas onde há uma maior demanda, como ortopedia e urologia”, afirmou.

Ela destacou a possibilidade de mutirões e atendimentos fora do horário comercial, uma estratégia que já tem sido discutida para lidar com filas de espera. “Planejamos organizar mutirões noturnos e realizar cirurgias durante o final de semana, quando necessário, de modo a atender o maior número de pacientes possível”, concluiu.

João Luiz aproveitou a ocasião para anunciar o lançamento de um aplicativo para facilitar o agendamento de consultas e exames. “Estamos lançando um aplicativo para que os pacientes recebam as marcações via WhatsApp, reduzindo o índice de faltas e aproveitando melhor os horários disponíveis. Sabemos que muitos não atendem ligações de números desconhecidos, mas pedimos que fiquem atentos ao telefone, especialmente se for um DDD da região, e também ao WhatsApp”, disse. Segundo o secretário, essa iniciativa visa aumentar a eficiência e reduzir o desperdício de vagas, garantindo que mais pacientes possam ser atendidos.

Durante a entrevista, uma ouvinte chamada Marlete relatou uma experiência recente, em que enfrentou dificuldades para realizar um exame com um proctologista na UPA, sendo informada de que o procedimento seria marcado apenas para o próximo ano. João Luiz respondeu ao relato e reforçou que o Hospital Municipal está preparado para acelerar o atendimento nesses casos. “O hospital foi criado justamente para dar suporte nesses atendimentos mais especializados e reduzir a espera da população. No caso da Marlete, se o exame está regulado pela UPA, sugerimos que ela procure o posto de saúde para reforçar o encaminhamento ao Hospital Municipal, onde, com certeza, poderá ser atendida mais rapidamente”, explicou.

O secretário destacou ainda a criação da Casa Azul, um centro especializado que oferecerá atendimento neuropediátrico, inicialmente voltado para crianças e familiares. “Estamos finalizando a reforma da Casa Azul, em parceria com a Secretaria de Educação, para oferecer tratamento e acompanhamento especializado em neuropediatria. Esta é uma ação importante para a população de Petrolina, que agora conta com o primeiro neuropediatra do município, uma conquista da atual gestão”, finalizou.

Com o hospital funcionando em plena capacidade, João afirmou que a meta é atingir 4.560 consultas mensais em diversas especialidades e consolidar o Hospital Municipal como um centro de referência em Petrolina.