Agosto já está acabando, mas ainda dá tempo para uma ótima notícia. No esforço contínuo pelo aprimoramento das práticas terapêuticas, a partir desse mês, o HU-Univasf/Ebserh passa a contar com um novo equipamento que irá qualificar o diagnóstico e tratamento de pacientes com demandas neurocirúrgicas. Trata-se do
Cateter de Monitorização de Pressão e Temperatura Intracranianas, mais conhecida como PIC. Somando um investimento total de 74 mil reais, o item foi adquirido com recursos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários, empregados através da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, responsável
pela gestão do HU.
A PIC é composta por um sensor de alta precisão localizado na extremidade de um cateter. Este é colocado cirurgicamente dentro do cérebro para medir continuadamente a pressão e a temperatura nessa região. “Diferente de outros locais, o tecido cerebral fica dentro de uma caixa inelástica que é o crânio e qualquer lesão que cause edema cerebral irá aumentar a pressão e comprimir estruturas vitais, o que poderá levar o paciente a óbito. Esse sistema recém adquirido avisa se a pressão está passando de um limite aceitável e assim as equipes da UTI e da neurocirurgia podem
intervir, seja com uso de medicamentos ou cirurgia, para reverter o quadro”, explicou Nilson Bandeira, chefe da Unidade Neuromuscular.
Conforme o também neurocirurgião, Ricardo Brandão, responsável pelo primeiro procedimento com a PIC no HU-Univasf/Ebserh, anteriormente, os médicos embasavam suas condutas a partir da análise das tomografias computadorizadas e exames empíricos. Essa forma de avaliação poderia gerar alguns transtornos, como
um maior tempo entre análise do paciente e adoção de ação médica necessária. O novo instrumento fornece informações mais precisas do quadro, qualificando a definição de tratamento, o que contribui para a diminuição das sequelas e do tempo de internamento na UTI.
A Gerente de Atenção à Saúde, Kátia Regina de Oliveira, ressaltou a importância do sistema durante o processo de formação dos residentes e estudantes, já que poucas unidades do SUS dispõem da ferramenta. “Ficamos muito felizes com mais essa conquista que, antes de tudo, representa um avanço no processo de cuidado em alta complexidade de nossos pacientes. Foi uma longa trajetória de articulação para viabilizar as condições técnicas e institucionais necessárias para a vinda do monitor. Hoje, podemos dizer que oferecemos mais um equipamento de ponta para nossos
estudantes, pesquisadores e pacientes”, concluiu.