Profissionais do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf), do Ministério da Saúde e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) estão preparando um plano de trabalho para melhoria dos fluxos assistenciais e enfrentamento à superlotação hospitalar. A iniciativa se soma às ações que vêm sendo desenvolvidas neste sentido e atende desafios para a qualidade do atendimento a toda a área de abrangência do hospital, que envolve 53 municípios de Pernambuco e da Bahia.
De acordo com o gerente de Atenção à Saúde do HU-Univasf, Aristóteles Cardona, o hospital recebeu, no final do mês passado, a visita do consultor do Ministério da Saúde, Leonardo Paixão, que se reuniu com as equipes do hospital para discutir sobre a realidade do hospital e da rede de saúde na região, ouvir as demandas dos profissionais, identificar os problemas e os trabalhos já em andamento para, a partir daí, traçar, em conjunto, um plano de ação de longo prazo.
“Nesta primeira visita, ele participou de encontros com nossos profissionais, reuniu-se com chefias, tendo o objetivo de fazer um diagnóstico e a partir daí vamos construir um plano de trabalho”, disse Cardona. Serão 16 encontros mensais, de dois dias cada, com reuniões online nos intervalos e está prevista a visita também de representantes da Diretoria de Atenção à Saúde da Ebserh, que estão participando dos debates”.
Cardona disse que esse plano de ação é resultado de uma série de fatores que se uniram para contribuir para a melhoria dos fluxos assistenciais. “Temos o protagonismo da Ebserh neste sentido, tem a atuação do Ministério da Saúde e tem a nossa própria atuação, uma vez que nossas equipes já vêm trabalhando no sentido de aprimoramento dos fluxos assistenciais”, explicou o gestor, lembrando que o hospital já iniciou a implantação de uma metodologia neste sentido. Trata-se da metodologia Lean nas Emergências, que tem como objetivo otimizar os fluxos de processos.
Segundo ele, os desafios para melhoria do fluxo assistencial e enfrentamento da superlotação envolvem toda a área assistencial do hospital, começando pela Emergência até a alta, passando por todo o processo de internação, incluindo o bloco cirúrgico, as enfermarias e a UTI. “A gente vive um quadro que é a realidade da saúde da região de um modo geral, enfrentando cenários de superlotação que é um problema histórico na regional”, afirmou Cardona, lembrando que o enfrentamento deste desafio é feito em conjunto com os gestores municipal e estadual, considerando a importância estratégica do HU para a região.
O HU-Univasf é um hospital porta aberta, atendendo casos de alta complexidade, sendo referência para traumas em geral (o que inclui áreas como ortopedia, cirurgia vascular e neurocirurgia, além da clínica médica). “O nosso hospital na rede de saúde é a grande referência para 53 municípios da nossa da nossa regional e tem uma demanda muito grande, especialmente para questões mais complexas”, afirmou. O hospital é referência, por exemplo, para casos de acidentes automobilísticos e traumas provocados por quedas de idosos.
Consultor explica processo de trabalho
O consultor do Ministério da Saúde explica que a primeira visita ao hospital foi uma troca de experiência, com o objetivo de fazer um diagnóstico, entender o planejamento já existente, identificar os problemas e, a partir daí, trabalhar nas questões levantadas. “Eu fiquei satisfeito com o que nós produzimos e, com isso, podemos pensar nos projetos de melhoria que vamos implementar juntos nos próximos meses. Algumas ações, inclusive, já com ideias bem claras que vamos discutir em breve”, disse Leonardo Paixão.
Segundo ele, o objetivo central é apoiar as lideranças locais para desenvolver os projetos de melhoria, com foco principalmente nas melhorias de fluxo no pronto-socorro e no enfrentamento à superlotação. “O cerne da metodologia está em utilizar a expertise técnica da equipe do HU, um conhecimento da realidade local e das suas conexões, que é ímpar, e aí a partir desse conhecimento, ajudar a desenvolver projetos que vão atacar de fato problemas reais”, resumiu o técnico, explicando que essas melhorias focam na qualidade do atendimento para os pacientes e na qualidade do trabalho para os profissionais.
Leonardo Paixão acrescentou que as especificidades do HU como hospital de ensino focado na atenção a casos complexos, as condições da saúde na macrorregião de abrangência, questões geográficas e geopolíticas trazem desafios, mas também trazem grandes oportunidades.
“O fato de ser um hospital especialista também permite que, apesar dos grandes desafios, a gente, com algumas melhorias bem escolhidas, pode ter um grande impacto para o cotidiano de todos”, afirmou o consultor acrescentando que a equipe do HU tem mostrado soluções inovadoras para enfrentar os desafios que encontra. “É um hospital que sabe trabalhar, não tem medo do trabalho e sabe inovar para buscar soluções”.
Sobre a Ebserh
O HU-Univasf faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Fonte: Ascom HU