HU-Univasf tem equipe especializada para assistência em cuidados paliativos

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No Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf), vinculado à Rede Ebserh, os cuidados paliativos (CP) são prestados com um olhar humanizado e integral pela equipe interdisciplinar da instituição. Essa abordagem visa não apenas o alívio dos sintomas físicos, mas também o suporte emocional, social e espiritual aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida. Além disso, os cuidados paliativos estendem-se aos familiares e cuidadores, oferecendo apoio emocional, orientação e informações sobre o processo de adoecimento e enfrentamento ao luto.

O supervisor da Residência de Medicina Paliativa do HU-Univasf, Fabrício Cagliar, destaca que os cuidados paliativos, como estratégia de cuidado focada no paciente e seus familiares, vão muito além da assistência tradicional, centrada apenas na doença. “Os CP melhoram a qualidade de vida na medida em que abordam todos os fatores que influenciam no tratamento do sofrimento humano, com atenção especial aos aspectos físicos, sociais, emocionais e espirituais”, explicou o especialista.

O olhar diferenciado para o contexto social da unidade paciente-família ajuda na continuidade dos cuidados em domicílios. “Os familiares e cuidadores apresentam um nível de sofrimento intenso devido ao adoecimento do paciente, muitas vezes, apresentando estresse intenso, transtornos ansiosos e depressivos. Diante deste cenário, a abordagem aos cuidadores e familiares é indispensável. É criada uma relação de confiança, vínculo, apoio, com tempo dispensado para a escuta ativa e auxílio nos principais motivos de angústia, com intervenções da equipe interdisciplinar”, complementou Fabrício.

Atuação integrada

A equipe interdisciplinar do HU-Univasf é composta por profissionais das áreas de Psicologia, Serviço Social, Enfermagem, Terapia Ocupacional, Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Farmácia e Nutrição.

Segundo a terapeuta ocupacional do HU, Iara Góes, os cuidados paliativos se propõem à prestação do cuidado interdisciplinar integral aos pacientes e familiares, promovendo alinhamento de condutas compatíveis com a fase da doença e necessidades individuais, levando em consideração todas as dimensões do cuidado. Um dos pilares é a comunicação com familiares e cuidadores, como detalhou Iara: “A assistência vai desde estratégias de comunicação de notícias difíceis, abordagens educativas para o cuidado, bem como o fornecimento de acolhimento e amparo às necessidades da rede de apoio do paciente em internamento no HU-Univasf. Sem inclusão da família e cuidadores no processo não há cuidados paliativos eficazes”.

Iara ressalta também a atuação permanente da equipe nos leitos de cuidados paliativos, destacando que “os atendimentos ocorrem por meio de busca ativa diária pelos profissionais e há semanalmente uma reunião de equipe para definição das principais estratégias e condutas para o plano de cuidados de cada paciente”.
Com enfoque especial na psicologia, a abordagem interdisciplinar inclui a identificação precoce do luto complicado e a escuta ativa das angústias e preocupações dos pacientes e familiares. A terapeuta acrescenta ainda que “a principal forma de buscar atender às necessidades de maneira integral é reforçando o trabalho em equipe, entendendo que o nosso paciente e seus familiares têm uma história de vida única e precisam de um olhar individualizado da equipe”.

Capacitação periódica da equipe de saúde sobre o tema. A falta de conhecimento dos profissionais de saúde e a resistência em compreender o conceito de cuidados paliativos são desafios enfrentados na prestação de cuidados paliativos, conforme destacou a psicóloga hospitalar e chefe da Unidade Multiprofissional, Rebeca Machado. Segundo ela, “ainda há um equívoco com relação ao conceito de cuidados paliativos e quando e como ele deve ser instituído. Esse desconhecimento e até mesmo a resistência de alguns profissionais de saúde em se apropriarem e entenderem o que são os cuidados paliativos, podem gerar condutas equivocadas e desnecessárias para o paciente e seus familiares. Esse cenário favorece não apenas a insegurança da equipe de saúde, como também do próprio paciente e seu familiar, na condução do seu tratamento”.

Além disso, outros desafios são observados, como o momento adequado de instituí-los, o perfil dos pacientes com eventos agudizados ou quadros neurológicos arrastados que dificultam a transição para os cuidados paliativos. Para superá-los, Rebeca ressalta a importância da capacitação periódica da equipe de saúde sobre o tema. No HU-Univasf, sempre que são identificadas dificuldades na compreensão sobre esses cuidados, os pacientes e seus familiares também passam por momentos para esclarecimentos com a equipe de saúde de referência. A reunião tem o objetivo de fortalecer o vínculo e a confiança entre os envolvidos.