IBGE: em 2021, mulheres foram mais afetadas pelo desemprego

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Baseada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o ano de 2021, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), que é vinculada à Secretaria de Planejamento do Estado, divulga os principais indicadores demográficos e de mercado de trabalho sobre as mulheres na Bahia.

As estimativas revelaram que 2,245 milhões de mulheres estavam ocupadas no mercado de trabalho baiano no ano passado. Elas exerceram atividades laborais com características formais ou informais, principalmente, nos segmentos da administração pública (27,6%), do comércio (20,2%) e de outros serviços (18,8%). Em contrapartida, os homens apresentaram maior participação em postos de trabalho nos setores da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (25,0%), do comércio (18,3%) e da construção (12,6%). Vale ressaltar que, no comparativo entre os anos 2020 e 2021, houve redução do percentual de mulheres empregadas na administração pública, apesar da alteração não ser significativa estatisticamente, pois passou de 30,7% para 27,6%. A mudança indicou que 27 mil mulheres deixaram de trabalhar no segmento nesse mesmo período.

O desequilíbrio no mercado de trabalho entre homens e mulheres se acentuou ainda mais em 2021. O desemprego que já era maior entre elas do que entre eles, ampliou essa diferença. No ano passado, além da taxa de desocupação feminina (24,7%) superar o percentual do grupo masculino (15,5%), houve aumento na diferença entre as taxas correspondentes. Em 2020, essa distinção era de 7,0 pontos percentuais em favor dos homens. Em 2021, por sua vez, essa disparidade chegou a 9,2 pontos percentuais. Para o total do estado, a taxa de desocupação correspondeu a 19,4% no último ano.

O rendimento médio real habitualmente recebido pelas mulheres encolheu de 2020 para 2021, embora o mesmo tenha ocorrido para os homens. Em 2021, o rendimento médio real habitualmente recebido pelas mulheres (R$ 1.531) significou 92,0% do valor incorporado pelos homens (R$ 1.665). O setor de atividade econômica informação, comunicação e outras atividades foi aquele em que as mulheres auferiram o maior rendimento médio real habitualmente recebido, de R$ 2.677. Em contrapartida, o menor rendimento médio foi assimilado pelas mulheres na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (R$ 429).

A maior diferença entre o rendimento médio real habitualmente recebido por homens e mulheres ocorreu na indústria geral, alcançando R$ 1.207 em favor deles. Em 2021, enquanto os homens auferiram R$ 2.289, as mulheres receberam R$ 1.082 no referido setor. O rendimento médio real habitualmente recebido pelas mulheres superou o obtido pelos homens nos grupos setoriais construção e Informação, comunicação e outras atividades.

Esses números refletem a realidade das mulheres baianas, com base nos dados mais recentes, e a caracterização do mercado de trabalho retrata também os impactos da crise da Covid-19 nesse período. A piora em alguns indicadores revela a necessidade de políticas públicas que promovam melhorias nas condições de trabalho, emprego e renda e que impeçam a reversão dos avanços nas conquistas de direitos das mulheres, passos importantes na redução das desigualdades.

Os dados correspondem a uma estimativa média em relação aos quatro trimestres do ano analisado. Cabe destacar que, a partir de 30 de novembro de 2021, as estimativas da PNAD Contínua do IBGE passaram a ser divulgadas com base no novo método de ponderação da pesquisa, conforme a Nota Técnica 03/2021. Desta forma, a série histórica dos indicadores foi atualizada, o que pode implicar limitações na comparação com resultados anteriores que não tenham sido reponderados.

(Bahia.ba/foto: Veja)