Um novo requerimento solicitando a realização de uma audiência pública foi reprovado na Câmara Municipal de Petrolina. A solicitação feita pelo vereador de oposição, Gilmar Santos, foi apreciada durante a sessão desta terça-feira (22) e previa a convocação de atores importantes da execução do sistema público de transporte coletivo, visando debater e apresentar soluções para problemas existentes no setor, dentre eles, o aumento da passagem e a qualidade do serviço.
Mesmo com a presença maciça de representantes da classe estudantil, que se manifestou em vários momentos, o líder da situação, Diogo Hoffmann pediu que o requerimento fosse votado em destaque dos demais e orientou a reprovação da proposta feita pelo oposicionista.
“Quero solicitar aos colegas da bancada que nós possamos votar contra o requerimento 085. Já está sendo construído, nós já protocolamos hoje junto à presidência, (um documento) convidando a empresa (concessionária do transporte coletivo) para estar aqui conosco numa reunião com participação do líder da oposição, do líder da situação, Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana, Comissão de Redação e Justiça e a Comissão de Educação. Recebemos também da Ammpla hoje, uma solicitação que o Ministério Público encaminhou na data de hoje, solicitando informações. Então consideramos prematura a realização de uma audiência pública, se ainda está no prazo para que essas informações sejam prestadas pela Ammpla”, justificou.
Ciente dos motivos elencados para a rejeição do requerimento, Gilmar Santos classificou como “manobra” a convocação da reunião feita por Hoffmann. “É muito importante que vocês estudantes compreendam o que está acontecendo aqui neste momento. Nós estamos apresentando uma proposta para a realização de uma audiência pública em que o povo acompanhe e compreenda quais são as justificativas para que essa empresa de transporte aumente a passagem de ônibus sem discutir com o povo, sem discutir com a população, sem que essa prefeitura e este prefeito expliquem porque concede mais de R$ 10 milhões para esta empresa e ao mesmo tempo aumenta a tarifa do ônibus. Temos aqui neste momento, o líder do governo, Diogo Hoffmann, orientando os vereadores para impedirem a audiência pública, para derrubar a audiência pública. Para que vocês não tenham o direito de serem ouvidos e participar deste debate”, disparou.
Na sequência, os vereadores passaram a justificar seus posicionamentos acerca do requerimento. Ruy Wanderley afirmou que já havia se comprometido com representantes do movimento estudantil e por isso seria favorável à audiência pública. Pastor Alex, Samara da Visão, o líder da oposição, Marquinhos do N04 também confirmaram o voto positivo à solicitação.
Já o vice-presidente da mesa, Manoel da Acosap, foi firme ao declarar o voto contrário e afirmou que os estudantes estavam servindo de “massa de manobra” para o solicitante da audiência pública. “Tem vereadores aqui que, se Tiririca vier vai perder feio pelas palhaça que fazem aqui. Nenhum vereador aqui é contra estudante (…). Em muitas horas vocês são usados como massa de manobra, sendo usados por alguns vereadores desta casa (…) Aqui se colocou um requerimento precipitado, tem a Comissão de Mobilidade Urbana que o presidente é esse senhor aqui, Capitão Alencar, que é quem defende a matéria de vocês e ele não foi ouvido. Se fizer uma audiência pública hoje, a passagem não vai baixar, não vai resolver. A gente tem que escutar e pegar a documentação e deliberar com os órgãos que vão resolver, inclusive o Ministério Público. Agora tem vereador de plantão, oportunista, que quando quer colocar a matéria, coloca sem ouvir a casa”.
Após ser colocado em votação, o requerimento foi reprovado por 10 votos a seis. Votaram a favor os vereadores Gilmar Santos, Ruy Wanderley, Maria Elena, Alex de Jesus, Marquinhos do N4 e Samara da Visão. Já os parlamentares Major Enfermeiro, Edilsão do Trânsito, Diogo Hoffmann, Wenderson Batista, César Durando, Zenildo Nunes, Manoel da Acosap, Capitão Alencar, Josivaldo Barros e Marquinhos Amorim votaram contra. O vereador Ronaldo Silva se absteve da votação.