O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, Jailson Lira, discutiu os impactos das fortes chuvas no agronegócio da região em entrevista exclusiva. Segundo Lira, as previsões meteorológicas subestimaram significativamente o volume de chuva, causando danos consideráveis à comunidade agrícola local.
“O Inmetro previa 144 mm de chuva, mas na realidade tivemos 744 mm. Essa foi a maior quantidade de chuva registrada nos últimos 20 anos para o primeiro bimestre. Algumas propriedades no projeto Nilo Coelho chegaram a registrar até 500 mm nesses dois meses”, explicou Jailson.
Segundo Jailson, o excesso de chuva não apenas prejudica as colheitas, mas também afeta os pomares em fase de floração. “As chuvas intensas causam descontrole hídrico nas raízes, impactando não apenas a safra atual, mas também as futuras”, alertou o presidente do sindicato.
O presidente destacou ainda que as exportações e os empregos na região estão sofrendo as consequências das condições climáticas adversas. “As programações de venda de frutas, especialmente para o mercado externo, são comprometidas devido à necessidade de maior qualidade e resistência das frutas. Além disso, o excesso de água exige mais mão de obra para a limpeza dos pomares e proteção contra fungos, afetando toda a cadeia produtiva”, ressaltou.
Diante desses desafios, o sindicato está buscando soluções junto às autoridades competentes. “Estamos em contato com a Codevasf para implementar medidas de drenagem, tanto subterrâneas quanto superficiais, a fim de evitar alagamentos e garantir a saída rápida da água das propriedades”, afirmou Jailson.
No entanto, ele também alertou para os prejuízos a longo prazo causados pela salinização do solo devido ao aumento do lençol freático. “É necessário um monitoramento contínuo das águas pelos órgãos ambientais para garantir a segurança da população e a sustentabilidade do agronegócio”, concluiu o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina.