Impostos estaduais influenciam diferença entre a cesta básica em Petrolina e Juazeiro, confirma pesquisador

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Tomate e leite estão entre os itens que puxaram o preço da cesta básica para cima em abril. Mas o peso maior continua no feijão, que apresentou uma alta de 6% no mês e um acumulado de 32,16% nos últimos 12 meses. Essas informações foram repassadas pelo doutor em economia e pesquisador da Facape, João Ricardo Lima, que em entrevista ao Nossa Voz de hoje (15), confirmou que Petrolina ainda apresenta a cesta básica mais cara que Juazeiro (BA). 

Segundo o professor, as alíquotas de impostos da Bahia têm um valor menor em alguns produtos em comparação com Pernambuco, o que influencia no preço final dos itens da cesta. “As duas cidades acabam tendo as alíquotas estaduais diferentes para alguns itens e isso acaba fazendo com que tenha em Juazeiro, no geral, alguns preços mais em conta, tem produtos que são isentos. Em Pernambuco tem uma alíquota um pouco maior, então vai tendo essa discrepância que vai refletindo nos preços e consequentemente na situação da população”

A pesquisa do colegiado de Economia da Facape aponta que em abril o aumento foi de 1% em Petrolina e deflação de e -1,70% em Juazeiro. Comparando com os últimos 12 meses, na cidade pernambucana, o acumulado é de 6,93%, já na cidade baiana os alimentos acumulam alta de 3,65%. Em abril a cesta básica em Juazeiro custou R$ 536,35 e R$ 544,91 em Petrolina. 

Feijão 

Presente entre os principais itens da mesa do brasileiro, o feijão continua apresentando alta mês a mês devido à baixa disponibilidade do produto no mercado. “Isso foi até citado no Globo Rural essa situação em que o Brasil já vem, há algum tempo, com dificuldade no plantio de feijão. Teve um período em que ele teve uma baixa rentabilidade e os produtores decidiram produzir outras culturas e agora estamos com essa necessidade do aumento da área plantada com feijão para abastecer os lares dos brasileiros porque a demanda é relativamente constante, mas a oferta caiu e isso fez com que os preços aumentassem”. 

Questionado se não haveria uma forma do Governo Federal intervir nesta crescente, João Ricardo sugeriu algumas alternativas. “A própria rentabilidade que está tendo hoje, onde o custo da semente do feijão é altíssimo, a produção em si está com um preço altíssimo no mercado e isso está estimulando os produtores a aumentarem novamente os seus plantios. Agora, isso leva um tempo para acontecer. As áreas de plantio de feijão no Brasil tem períodos de colheita bem definidos, então isso é um problema que a gente, efetivamente, não consegue resolver no curto prazo. A gente ainda verá lá para 2024, possivelmente, uma melhoria do quadro. O que se pode fazer para resolver de forma mais imediata, seria a gente começar a importar feijão. O governo já fez isso em outras oportunidades também de reduzir as alíquotas de importação para haver uma entrada maior produto no Brasil, o que ajudaria a diminuir os preços e depois, quando normalizarem os nossos estoques e a nossa produção, então eles retomam com as alíquotas de importação normal”, sugeriu.