A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a comercialização, distribuição e uso de determinados lotes do detergente Ypê. Segundo o órgão, foi identificado o risco de contaminação biológica, que, de acordo com a fabricante, não oferece risco à saúde ou segurança do consumidor.
Em entrevista ao programa “Nossa Voz” desta segunda-feira, os inspetores da Vigilância Sanitária de Petrolina, Augusto Santana e Michele Figueiredo, discutiram as ações tomadas para assegurar a segurança dos consumidores em relação aos lotes comprometidos de detergentes da marca Ypê.
Segundo a Anvisa, foi identificada a possibilidade de contaminação em alguns lotes do detergente. Diante dessa possibilidade, a agência adota a medida de suspensão voluntária das vendas. “A vigilância sanitária tem entre seus papéis a fiscalização e a verificação das condições higiênico-sanitárias e técnico-operacionais dos estabelecimentos. Na prática, isso significa que verifica-se o que é feito, quem faz, como faz e quando faz, garantindo a conformidade com o que é verificado durante a fiscalização”, explicou Augusto Santana.
“Havendo uma divergência, por menor que seja, a Anvisa, como uma ação do Sistema Único de Saúde que trabalha pelo princípio da proteção e prevenção, adota a medida de suspender voluntariamente porque a possibilidade de risco não significa que de fato haverá algum problema. Mas, diante de divergências, é melhor prevenir do que remediar”, ele acrescentou.
A determinação foi publicada no dia 09 de maio, no “Diário Oficial da União” e exige que todas as unidades do detergente produzidas entre julho, agosto, setembro, novembro e dezembro de 2022 com lote final 1 e 3 sejam suspensas. Estão incluídos detergentes de todos os tipos, dentro dessa identificação.
Augusto Santana também ressaltou que a Anvisa identificou divergências entre o processo de fabricação declarado e o constatado durante a fiscalização. “Essas divergências foram principalmente relacionadas ao aroma do produto final. Não há como garantir o que poderia ocorrer, mas a própria fabricante emitiu uma nota dizendo que esse tipo de alteração não representaria risco para a população”, afirmou.
Michele Figueiredo explicou que, neste momento, a Anvisa está realizando um trabalho de orientação. “Não vamos chegar na fiscalização já recolhendo o produto. Vamos aos estabelecimentos conversar com os proprietários, verificar se eles já fizeram a investigação necessária. Se não, podemos acompanhar e verificar os lotes para que sejam separados e devolvidos ao fornecedor”, disse Michele.
Ela também orientou a população sobre como proceder em caso de aquisição dos lotes comprometidos. “Para a população tomar ciência, a partir da data de fabricação de 2022, lotes finais 1 e 3, especialmente entre junho e dezembro, devem ser retirados do comércio. O consumidor que já tiver adquirido esse material pode levá-lo ao local de compra e tem direito à troca. Se o comerciante se recusar a fazer a troca, o PROCON deve ser acionado”, finalizou Michele.
Em nota, a Química Amparo, empresa produtora do detergente Ypê, informou que fez o recolhimento dos itens há mais de um mês após análise interna que identificou em alguns lotes a “descaracterização em seu odor tradicional, sem risco à saúde ou segurança do consumidor, porém, em alguns casos perceptível ao olfato”.