IPCA-15: prévia da inflação desacelera em março, mas preços de alimentos e bebidas continuam com forte alta

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Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu ministros e auxiliares para pedir estratégias e ações que levassem à redução no preço dos alimentos e produtos básicos. Para o governo, a queda na aprovação do presidente, atestada por diversas pesquisas divulgadas neste mês de março, teria como uma das causas “o preço daquilo que vai na mesa do povo trabalhador”, como dito pelo próprio Lula.

Na manhã desta terça-feira (26), o Palácio do Planalto tem motivos para manter sua preocupação em atuar para reduzir os preços de alimentos e produtos. O IBGE divulgou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), e os números mostram que a taxa de inflação continua sendo pressionada pelo grupo de Alimentação de Bebidas.

De acordo com o IBGE, a prévia da inflação ficou em 0,36% em março, 0,42 ponto percentual menor que a de fevereiro, quando variou 0,78%. O resultado foi, em grande parte, influenciado pelo grupo de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,91% e impacto de 0,19% no índice geral. 

Apesar da forte queda no IPCA-15 entre fevereiro e março, a redução no aumento de preços dos alimentos foi baixa. O relatório do indicador no mês de fevereiro mostrou um aumento no grupo Alimentação e bebidas da ordem de 0,97%, apenas um pouco acima dos 0,91% verificados agora em março pelo IBGE.

Dentre os itens pesquisados no grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 1,04% em março. Contribuíram para esse resultado as altas da cebola (16,64%), do ovo de galinha (6,24%), das frutas (5,81%) e do leite longa vida (3,66%). 

Outros itens apresentaram queda, como a batata-inglesa (-9,87%), a cenoura (-6,10%) e o óleo de soja (-3,19%). Já a alimentação fora do domicílio (0,59%) acelerou em relação ao mês de fevereiro (0,48%), em virtude da alta mais intensa da refeição (0,35% em fevereiro para 0,76% em março). O lanche (0,19%) registrou variação inferior à registrada no mês anterior (0,79%).

O resultado do IPCA-15 veio acima das expectativas do mercado financeiro. As expectativas eram de alta de 0,31% em março, chegando a 4,10% em 12 meses. Em março de 2023, o IPCA-15 foi de 0,69%. Na avaliação dos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 4,14%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco registraram alta em março. Além do grupo Alimentação e bebidas, também se destacaram os grupos Transportes (0,43% e 0,09%.) e Saúde e cuidados pessoais (0,61% e 0,08%). As demais variações ficaram entre o -0,58% de Artigos de residência e o 0,19% de Habitação.

Em Saúde e cuidados pessoais (0,61%), o resultado foi influenciado pelo plano de saúde (0,77%), pelos produtos farmacêuticos (0,73%) e pelos itens de higiene pessoal (0,39%).

Entre as capitais pesquisas, Salvador teve resultado de 0,23% em março, abaixo da média nacional de 0,36% no mesmo período. A capital baiana só perdeu para Goiânia (0,14% entre as cidades com menor aumento de preços no mês de março. Em 12 meses, a inflação em Salvador está em 3,53%, também abaixo da média nacional, de 4,14% no mesmo período. 

Fonte: Bahia Notícias