Isaac Carvalho denuncia perseguição política e acusa deputados de “golpe” em coletiva de imprensa

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Na manhã desta quarta-feira (28), o ex-prefeito de Juazeiro, Isaac Carvalho, convocou a imprensa para uma coletiva prometendo revelar segredos da política local. Embora não tenha apresentado fatos novos, suas declarações foram marcadas por críticas contundentes e desabafos sobre o processo judicial que o tornou inelegível, além de acusações de traição dentro da base do governador Jerônimo Rodrigues.

Logo no início, Isaac revisitou o processo que culminou em sua inelegibilidade, afirmando que foi julgado à revelia por pagar contas de energia do mercado municipal. Ele ressaltou que, após a aprovação da Lei 14.230/21, que reformou a Lei de Improbidade Administrativa, teve a chance de se defender. No entanto, segundo ele, o juiz responsável pelo caso alterou sua postura quando as convenções partidárias se aproximaram, prejudicando deliberadamente sua candidatura.

“Infelizmente, entrou o processo político e eu só quero entender… Fizemos um acordo com o Ministério Público, isso é público. Eu não sou o primeiro, vários já fizeram. Mas o juiz aqui, eu só quero entender o jogo com a prefeitura porque o que ele fez foi de extrema perseguição. A justiça de Salvador derrubou e mandou ele cumprir os cinco dias porque ele fez diferente do que o Ministério Público determinou. Ele deu 10 dias pelo sistema, aí você tem mais dez dias para abrir, depois é 10 mais 10, foi justamente para botar fora da eleição”, disse Isaac, expressando sua frustração com o que considera uma perseguição orquestrada.

Isaac também fez duras críticas aos deputados estaduais Zó (PCdoB) e Roberto Carlos (PV), que, junto com ele, compõem as forças políticas da Federação Brasil da Esperança em Juazeiro. Ele os acusou de orquestrar um golpe contra o PT e de trabalhar para neutralizar sua força política. “Não tenho mágoa do meu partido e de nenhum membro do partido. O PT foi vítima de um golpe do PV e do PCdoB porque não tinham lideranças com condições eleitorais e, em função disso, trabalharam para me neutralizar e neutralizar a força do PT”, declarou.

Outro ponto destacado por Isaac foi o apoio do MDB e de Geddel Vieira Lima a Andrei, candidato do partido em Juazeiro. Isaac desafiou Andrei a mostrar publicamente seu principal aliado político, sugerindo que há uma tentativa de esconder a verdadeira liderança por trás da candidatura. “Geddel que todo mundo sabe a sua história, sempre me atacou diversas vezes aqui em Juazeiro e eu nunca respondi. Agora eu quero pedir ao candidato que traga Geddel para fazer uma caminhada, uma passeata, uma carreata, porque esconder o principal líder do MDB? Não adianta mostrar seu coordenador. Precisa mostrar para a sociedade de Juazeiro quem está por trás desse projeto”, provocou.

Isaac também comentou sobre o risco de Ribeiro da Hidroforte, presidente do diretório municipal do Avante, ser destituído ou expulso da legenda por apoiar o candidato do PSD, Celso Carvalho. Isaac reconheceu que sua própria postura contribuiu para a decisão de Ribeiro de incialmente apoiar a candidatura de Andrei, mas criticou a pressão exercida pelo deputado estadual licenciado e secretário estadual de agricultura, Tum (Avante).

“Eu vou responder pro Ribeiro. Até porque eu tenho uma parcela de culpa dele ter declarado apoio ao outro candidato. Quando houve a decisão do apoio do governador ao candidato do MDB, Ribeiro tentou falar comigo, mas eu estava viajando e ele não conseguiu.. Houve uma pressão de cima para baixo da executiva estadual e do deputado. Mas quando ele soube que não ia apoiar o MDB, tanto ele como vários pré-candidatos do Avante que gostam da gente perceberam que não tinham como caminhar com outro projeto. Ribeiro chegou a conversar com a direção estadual e com o pessoal para evitar criar uma percepção errada e questionamentos, mas, infelizmente, o deputado decidiu fazer essa perseguição. Vamos relevar a opinião dele e as lideranças do Avante vão seguir o caminho que escolheram. Acredito que cada um tem o direito de escolher o que considera o melhor destino para Juazeiro”, explicou Carvalho.