Jerônimo analisa queda das festas particulares na Bahia e celebra democratização do São João: “Estamos oferecendo possibilidade”

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A baixa nas festas particulares de São João em 2024 chamou a atenção de quem gosta de curtir o período junino nos interiores da Bahia. Neste ano, das 6 festas mais tradicionais do calendário, apenas o Forró TicoMia, em Ibicuí, está confirmado para acontecer e traz uma grade de forró mais tradicional.

Para alguns empresários, uma das principais justificativas para o cancelamento de eventos como o Forró Sfrega (Senhor do Bonfim), Brega Light (Ibicuí), Forró do Bosque (Cruz das Almas), Piu-Piu (Amargosa) e Forró do Lago (Santo Antônio de Jesus), é o alto investimento do Governo e Município nas festas públicas, que acontecem em praças e costumam atrair locais e turistas.

Em coletiva realizada na terça-feira (28) para o lançamento do São João da Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) falou sobre o assunto e afirmou que não acredita no fim dos eventos privados e citou o Carnaval como exemplo, mas celebrou a democratização do São João.

“A interpretação nossa é que essas festas, do meio mais particular, elas vão perdendo força no que diz respeito à concorrência com a programação cultural pública. No Carnaval, os camarotes e os blocos privados continuarão. Mas nós estamos oferecendo possibilidade de pipoca, para todos que queiram participar”, afirmou.

Neste ano, o Estado está investindo R$ 132 milhões para a realização do São João no interior. Entre os destinos mais procurados estão Amargosa, Cruz das Almas, Senhor do Bonfim, Santo Antônio de Jesus, Cachoeira, Conceição do Jacuípe, Euclides da Cunha, Ibicuí, Irecê, Mucugê, Piritiba, São Sebastião do Passé, Itaberaba e Mata de São João.

Da lista, apenas Ibicuí tem festa particular. Em entrevista ao Bahia Notícias, o produtor Rodrigo Melo, da Pequena Notável, fez uma análise do cenário e afirmou que não é mais rentável a produção de um grande evento, mesmo com a oferta da exclusividade através das camisas, do open bar e all inclusive.

No entanto, o empresário acredita que a baixa nas festas não seja algo definitivo. Melo aponta o comportamento do público e a possibilidade do retorno dos eventos nos próximos anos. Rodrigo também cita a readequação do mercado ao novo modelo de consumo.

“O mundo é cíclico. Em um certo momento, as festas particulares levavam a demanda de gente para as cidades. Na minha época do Piu-Piu, a gente levava grande parte de Salvador para Amargosa, porque o evento era muito grande. O evento falava mais alto do que a praça. Hoje em dia a praça fala mais alto que o evento. Mas acredito que pode mudar sim, a gente pode se readequar ao mercado com eventos menores no São João e ir crescendo de novo.”

Fonte: Bahia Notícias