Peças principais do projeto político da Frente Popular, o governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito eleito do Recife, João Campos (PSB), fazem uma tabelinha para ajustar os espaços do Governo do Estado e Prefeitura do Recife. Enquanto o gestor estadual busca dar um novo gás à sua administração e ajustar alguns espaços do Palácio das Princesas, o recifense tem o desafio de dar sua cara a um time que mescle experiência e renovação ao Palácio do Capibaribe. No meio desta equação está o futuro do atual prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), que desponta como o nome do partido para a eleição majoritária de 2022.
Com a decisão do PSB de autorizar a prorrogação dos mandatos de presidente nacional e dirigentes estaduais e municipais da sigla até dezembro, a busca para um espaço de destaque para Geraldo Julio ficou ainda mais estratégica. Era cogitado que o prefeito pudesse ocupar o comando do PSB nacional ou pernambucano para ganhar uma vitrine para 2022. Mas a decisão partidária acabou dificultando esse caminho. Devido à pandemia da Covid-19, o congresso do partido que seria realizado em março de 2021 ficou para o final de novembro do mesmo ano, adiando a posse dos futuros novos dirigentes socialistas.
Dessa forma, cresceu a necessidade de Geraldo Julio ocupar um espaço no Governo do Estado. É preciso um espaço que dê visibilidade e articulação com lideranças do interior do Estado, mas que não desenvolva percalços para o gestor. Em meio à uma crise econômica e pouca boa vontade do Palácio do Planalto, algumas vitrines cobiçadas do secretariado podem virar vidraças. Há a possibilidade de Geraldo assumir a Secretaria de Planejamento, Casa Civil ou Educação. Contudo, a construção passa pelas conversas de Paulo, Geraldo e João.
O secretário de Educação, Fred Amâncio, deve assumir a pasta equivalente na Prefeitura do Recife, o que pode abrir um espaço para o gestor recifense ou o secretário de Planejamento, Alexandre Rebelo. Caso Rebelo vá para Educação, Geraldo pode assumir a pasta de Planejamento, já comandada por ele durante o Governo Eduardo Campos. Em uma construção distinta, o chefe da Casa Civil, José Neto, pode ser deslocado para a chefia de gabinete de Paulo, enquanto Julio ficaria com a Casa Civil. Com Geraldo secretário, ele deve aproveitar secretários municipais de sua confiança para assumir pastas executivas no Estado. (Fonte: Folha PE)