Há 39 anos, o Hospital Neurocardio vem prestando uma indispensável contribuição para a saúde e o desenvolvimento da região. A data está sendo celebrada com uma assistência moderna, equipamentos de ponta e uma equipe composta por profissionais de currículos irretocáveis. Entretanto, quando voltando ao início desta história, encontramos o seu fundador, o médico neurocirurgião, José Carlos de Moura, recém chegado ao Vale do São Francisco e com uma importante missão.
“Em tudo existem atores, então, na verdade, quando a gente fala em Hospital Neurocardio, eu acho que fica um legado para os novos colegas, os novos médicos. E é bom saber a história”, ressaltou. Dr. José Carlos deixou o Recife em 1980, vindo para Juazeiro a convite do Dr. Pedro Borges, do Hospital Pró-Matre, para iniciar na região a neurocirurgia, especialidade complexa que exige muita infraestrutura.
Ainda na capital pernambucana foi aconselhado a procurar em Petrolina o Dr. Gentil Porto. “O saudoso Gentil Porto me recebeu e me deu todas as coordenadas da região e me levou ao doutor Giuseppe Muccini, um outro nome inesquecível na medicina, que me levou à Gilberto Pereira, outro grande baluarte e ambos me levaram a Paulo Coelho”.
Através do Paulo Coelho, ele conheceu a história da família Coelho e a decisiva contribuição de Coronel Quelê e seus filhos, no desenvolvimento de Petrolina. “Eu fui conhecendo essa história de Petrolina, a história do submédio São Francisco e na verdade, essa região já estava preparada para receber a neurocirurgia, porque toda a infraestrutura necessária já existia”, relembrou, detalhando as especialidades e equipamentos indispensáveis para tal implementação (cardiologista, neurocirurgião, UTI e na época, um excelente raio X).
“A coisa foi evoluindo de uma forma muito bonita e eu fui aprendendo muito com Paulo Coelho, que depois me levou ao Dr. Osvaldo Coelho, Geraldo Coelho, Zé Coelho, Augusto Coelho. O que eu quero lhe dizer é que esses irmãos eram as energias do desenvolvimento. Pensavam 24 horas na região, centrada em Petrolina”.
Essa influência o fez buscar sempre a excelência na assistência a saúde. “Estar perto de gigantes faz com que a gente assuma responsabilidades, porque, como dizia Dr. Osvaldo em várias e várias reuniões que eu tive na casa dele e isso era uma constante porque todo domingo depois da missa eu estava chegando lá e aprendendo com esse homem. Ele contagiou toda a região, mas sabia cobrar. Ele dizia para mim: ‘olhe, eu estou fazendo todas as outras partes, mas na medicina, a responsabilidade é sua. Eu quero uma das maiores medicinas do mundo realizadas aqui em Petrolina”.
Mas, apesar da busca constante na modernidade, José Carlos de Moura revelou que o segredo para prosperar na profissão está num ensinamento antigo. “Para que você seja um grande médico é preciso ter muita tecnologia, conhecimento científico, entretanto, é preciso ser humano. Tem que colocar o amor junto do seu conhecimento para o tratamento das pessoas. Se não tiver essa parte humana, você não é médico, é um técnico em medicina”.
Sobre os novos desafios da assistência à saúde, Moura reforça a luta de Dr. Augusto Coelho na área da oncologia. “A Radioterapia em Petrolina. Se não tiver, vamos ficar sempre dependendo das capitais para o tratamento holístico dos nossos pacientes. Ele já avançou e estamos muito perto de chegar à radioterapia no submédio São Francisco, trazida pela Apami, por Augusto Coelho, pelo Hospital Dom Tomás”.
“No restante da medicina já temos todos os avanços no Neurocarcio. Estamos sim, não chegando ao sonho de Osvaldo Coelho ‘da melhor do mundo’, mas poderemos dizer que estamos numa das melhores do Brasil. E é uma honra e uma obrigação nossa fazer, porque se você quiser que uma região cresça, só vai investir numa região, quem souber que se tiver um evento na saúde, tenha condições de resolver ali. Os grandes investidores querem saber se tiverem uma dor no peito tem uma hemodinâmica na região que tire o meu infarto? Tem. Se tiver um aneurisma cerebral e tiver um derrame, tem um tratamento eficaz na região? Tem. Então, isso faz com que as pessoas venham investir na região”.