Apesar de não ter alcançado uma das vagas para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, Júlio Lóssio Filho (PSD) listou em entrevista ao Nossa Voz desta quinta-feira (03), alguns indicativos importantes. Ao iniciar sua entrevista ele agradeceu os votos recebidos e destacou ter recebido mais votos este ano do que obteve na eleição de 2020, quando concorreu à Prefeitura de Petrolina.
“Eu pedi para ter esse espaço, primeiro para agradecer. Foram 24.349 pernambucanos e pernambucanas que saíram de suas casas para votar em mim”, celebrou.
Ele reforçou ter feito uma campanha limpa e longe das estruturas “não republicanas” observadas em campanhas adversárias. “Quando em voto de confiança é porque realmente foi. Foi um voto de quem realmente acreditou na nossa história, nas nossas propostas, nas nossas ideias. Diferente de muita gente que faz política comprando lideranças, buscando apoios de formas não tão republicanas e a gente foi pra rua com o nosso currículo, mostrando as nossas ideias, com plano de mandato, com as nossas ideias e propostas e eu fico muito feliz com o resultado que a gente teve”.
Numa análise sobre a votação na disputa ao governo do Estado, ele começa reconhecendo a lealdade e a importância de Guilherme Coelho (PSDB) na eleição de Raquel Lyra (PSDB). “Neste segundo turno, todas as forças políticas de Petrolina praticamente foram para o palanque de Raquel. E aqui eu faço um registro muito especial e parabenizo o futuro secretário, acredito eu, que esteve com Raquel no bom e no ruim. Eu tenho certeza que grande parte da votação que ela teve aqui foi graças a Guilherme e seu grupo político. Então, parabenizo Guilherme, Lucinha, que provavelmente será deputada estadual e eu fico muito feliz. Petrolina perdeu representação na Assembleia nessas eleições. Já tivemos um tempo em que tivemos cinco deputados estaduais, hoje temos um que nem representa tanto Petrolina assim. É só para balançar a cabeça para o prefeito”.
Em seguida, destacou o esforço exitoso do seu grupo político e das lideranças de esquerda, que a despeito do palanque reforçado de Lyra neste segundo turno conseguiu transferir uma votação expressiva à Marília Arraes no Sertão. “Aqui ficamos praticamente sozinhos, o nosso grupo político junto com Cristina, junto com Gilmar, alguns amigos que nos ajudaram nessa coordenação e faziam parte dos partidos que faziam parte da nossa base aliada, mas as forças políticas, as principais forças de Petrolina foram todas para o palanque de Raquel Lyra e mesmo assim, a gente empatou o jogo aqui. A gente conseguiu empatar o jogo aqui fazendo com que o grupo do prefeito, grupo de deputados, de ex-deputado e ex-prefeitos tivessem a diferença de menos de 5 mil votos. Então foi uma importante vitória. A votação de Lula aqui também foi extraordinária, a gente conseguiu ampliar quase cinco mil votos de um turno para outro e mostrou que Petrolina não tem dono, que as pessoas de Petrolina votaram de acordo com o que elas querem votar”, ponderou numa alfinetada direta ao ex-prefeito de Petrolina e candidato ao governo Miguel Coelho.
Questionado se a votação de Lula não seria um fator predominante nos votos obtidos por Marília, Lóssio Filho considerou que influenciou mas não foi determinante. “Em Dormentes, Lula é tão forte quanto é em Petrolina. Mas lá a prefeitura foi pra cima e elegeu, deu maioria a Raquel Lyra. Então eu penso que é um pouco das suas situações, claro que a força de Lula é indiscutível”, analisou reforçando as vitórias de Marília em Afrânio, Santa Maria da Boa Vista, Cabrobó, dentre outras cidades do Sertão.
Gestão Simão Durando
Em meio às análises dos números desta eleição, Júlio Lóssio Filho falou sobre sua expectativa para o pleito de 2024, quando a Prefeitura de Petrolina volta ao centro da disputa. Segundo o jovem político, não há nada fechado ainda e as articulações seguirão para a formação de um time competitivo.
Convidado a avaliar a gestão Simão Durando, ele afirmou que o prefeito de Petrolina, que assumiu a vaga após a renúncia de Miguel Coelho, ainda não imprimiu sua marca na administração municipal. “Ainda não mostrou a que veio. O que mudou de Miguel para Simão? Não tem muita coisa e não sei se vai mudar porque, pelo que eu entendo, tudo precisa de aprovação para ser feito”, considerou.
Mesmo com a autonomia prevista pelo cargo Executivo, Lóssio Filho não acredita que Durando trabalha com decisões próprias. “Ele tem autonomia porque a caneta é dele, mas o que tem se falado muito, inclusive nos blogs essa semana de uma lealdade que, veja, Petrolina precisa de líderes. Petrolina é o que é hoje porque foi administrada por líderes. Pessoas que lideravam o processo eleitoral e político, que lideravam a administração. Petrolina não pode ser governada por um liderado, precisa ser liderada por um líder e eu espero muito que o prefeito Simão possa se tornar independente. Não para trair quem quer que seja, mas para poder trabalhar da forma que ele acredita que deve trabalhar para guiar o governo não por conta que alguém pediu mas pela forma que ele acredita que possa governar”.
Para o político, tal postura pode trazer prejuízos à população. “Porque senão as coisas começam a atrasar. Veja que se toda a decisão que vai tomar tem que escutar todo mundo ali, pode atrasar a decisão e as pessoas podem ser prejudicadas”.