Além das críticas contumazes da oposição de Lagoa Grande contra a administração daquele Município, outro órgão público virou alvo da reverberação das reclamações da população. Em entrevista ao Nossa Voz nesta quarta-feira (20), o vereador Carlinhos Ramos relatou as dificuldades dos clientes da Compesa, que mesmo morando a beira do Rio São Francisco estão enfrentando um rodízio no abastecimento de água na cidade. Ramos também cobrou a fiscalização da Prefeitura. “Você tem que ser aliado mas não pode ser alienado”.
Ainda de acordo com o parlamentar, uma obra iniciada ainda na gestão de Eduardo Campos serviria para ampliar a rede no município, mas esta segue inacabada. “Houve um aumento na captação de água e toda a rede. Duas caixas dágua foram construídas nos bairros Agrovila e outro na Morada Nova. O que o projeto dizia é que construindo essa obra Lagoa Grande não teria mais problemas com o abastecimento de água pelo menos nos próximos 20 anos. As caixas estão prontas o local onde fica o tratamento está praticamente pronto e não sei porque essa obra não se conclui”, relatou.
Enquanto há a conclusão, os moradores precisam acordar de madrugada para armazenar água. “Acho muita omissão por parte da prefeitura. Inclusive, o prefeito quando esteve nas ruas pedindo voto para o governador prometia que essa situação seria resolvida, que a obra seria concluída. Mais uma vez o povo foi enganado”, lamentou complementando no distrito de Vermelhos o abastecimento foi interrompido por oito dias, depois de uma bomba d’água queimou. “Veja a irresponsabilidade da Compesa, trouxe aqui pra Petrolina passou oito dias a população sem água. Não tem nem o cuidado de ter uma bomba reserva”.
Falta de recursos na Educação
Carlinhos Ramos ainda denunciou a cobrança de material escolar nas creches municipais. Segundo o vereador, as gestoras solicitariam material de higiene e material escolar dos pais dos alunos. O parlamentar entende que seria obrigação da Prefeitura de fornecer o material. “Infelizmente Lagoa Grande está exigindo materiais escolares que talvez em escolas particulares não estão exigindo tanto. Não é obrigatório. Mas o vereador questiona se não haveria problemas na aprendizagem dos alunos cujos pais não teriam a condição de comprar”.
Ramos reforçou ainda que a solicitação não está relacionada a falta de recursos e denunciou o suposto mau uso dos recursos públicos. “Dizem que os recursos são poucos, mas não são. São mal gerenciados, estão colocando o dinheiro da educação onde não deviam. Ano passado foram gastos mais de meio milhão de reais com palcos e som contratados pela Secretaria de Educação. Eu não tenho visto esses eventos onde coube esse volume de dinheiro tão grande como esse”.
Problemas na saúde
O vereador também comentou a situação no Hospital Municipal de Lagoa Grande, que teria passado vários meses com o equipamento de análise laboratorial danificado e agora está com o aparelho de Raio-X está quebrado.
Além disso, Carlinhos Ramos também denunciou gastos excessivos com a alimentação na unidade. “Durante 2018 foram gastos mais de R$ 1,5 milhão com alimentação no Hospital. “Fiz as contas rápidas, se servirem no hospital mais de 3 mil refeições por mês, cada uma sairia com o valor aproximado de R$ 43. Por R$ 43 uma refeição, seria num restaurante mais elevado e você chegar no hospital de Lagoa Grande você vê que a refeição não é esse nível todo, infelizmente”.
Diante dos fatos listados por Ramos, o parlamentar credita as dificuldades alegadas pela gestão municipal ao mau gerenciamento dos recursos públicos. “Gastam demais, é excessivo em um setor em que a gente sabe aquele recurso não está sendo aplicado, que está indo para algum lugar. Pode estar havendo algum desvio de finalidade ou até mesmo do recurso. E aí faltam medicamentos básicos, essenciais que faltam corriqueiramente nas unidades de saúde, de uso controlado, inclusive de hipertensos, diabéticos. Infelizmente essa ingerência, falta de aplicar corretamente os recursos termina prejudicando as pessoas que mais precisam”.