A decisão que revogou a prisão preventiva do cantor Lenno Ferreira, investigado por causar um acidente com morte em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão de Pernambuco, teve como um de seus principais fundamentos o laudo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que apontou a ausência de sinais de embriaguez por parte do vocalista no momento da abordagem.
A informação consta na decisão do juiz Tomás Cavalcanti Nunes Amorim, da Vara Única da Comarca de Santa Maria da Boa Vista, do TJPE, proferida nesta segunda-feira (2), que concedeu liberdade provisória ao artista após a apresentação de novos elementos no processo.
De acordo com a perícia técnica, além da ausência de embriaguez, há indícios de culpa concorrente por parte do condutor da van, que teria realizado uma manobra irregular momentos antes da colisão. A análise do acidente, ocorrida no dia 5 de maio na BR-428, também levou em consideração o comportamento do investigado após o fato: Lenno colaborou com as investigações e não se envolveu em novos incidentes desde então.
Em nota a Ascom do TJPE informou:
A liberdade provisória foi concedida após a avaliação de novos fatos sobre o acidente. Segundo Laudo da Polícia Rodoviária Federal, o investigado não apresentava sinais de embriaguez quando a equipe chegou ao local da ocorrência. A perícia sobre o acidente indicou, inicialmente, que pode ter havido culpa concorrente do outro condutor ao realizar manobra irregular do carro na via. Além disso, o investigado colaborou com as investigações até o momento e não se envolveu em novos incidentes. Diante desse novo cenário, o Ministério Público também se manifestou favorável à revogação da prisão em parecer entregue ao Judiciário nesta segunda (02/06).
MP também apoiou revogação
Com base no novo cenário apresentado pela defesa e respaldado pela PRF, o Ministério Público de Pernambuco se manifestou favoravelmente à revogação da prisão preventiva em parecer entregue ao Judiciário.
A prisão de Lenno havia ocorrido na madrugada do último domingo (1º), em João Pessoa (PB), logo após uma apresentação da banda que ele integra. O mandado foi expedido pela Comarca de Santa Maria da Boa Vista e cumprido pelas polícias civis de Pernambuco e da Paraíba.
Agora em liberdade, Lenno deverá cumprir medidas cautelares impostas pela Justiça, incluindo:
- Pagamento de fiança;
- Suspensão da carteira de habilitação;
- Atualização obrigatória do endereço e telefone, com comunicação imediata de qualquer mudança no prazo de 48 horas.
O caso
O acidente aconteceu no Km 116 da BR-428, quando a Range Rover conduzida por Lenno Ferreira colidiu com a traseira de uma van que transportava 15 passageiros. Com o impacto, a van capotou e o carro de luxo caiu em uma ribanceira.
A bancária Thiara Freire, de 33 anos, morreu no local. Outras sete pessoas ficaram feridas, três delas em estado grave. Lenno sofreu apenas escoriações leves e, na ocasião, recusou-se a fazer o teste do bafômetro, sendo autuado por embriaguez ao volante — tese agora contestada pelo laudo da PRF.