Líderes de 54 comunidades indígenas, incluindo o cacique Raoni Metuktire, exigiram do governo Lula, em uma carta entregue nesta sexta-feira (28), “uma posição concreta” sobre a demarcação de terras, assunto sobre o qual o Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá em um julgamento considerado crucial.
A carta foi entregue à ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, no encerramento de um encontro de povos originários iniciado na segunda-feira e convocado por Raoni, símbolo da luta pelos direitos indígenas, na aldeia Piaraçu, território Kayapó em São José do Xingu, no Mato Grosso.
As comunidades indígenas expressaram preocupação e rejeição à tese do “marco temporal”, fundamental no debate sobre a demarcação das terras ancestrais.
Essa tese reconhece apenas como terras indígenas aquelas ocupadas pelo povos originários quando a Constituição foi promulgada, em 1988.
No entanto, os indígenas argumentam que muitas comunidades não ocupavam certos territórios naquele ano porque haviam sido expulsas, especialmente durante a ditadura militar (1964-1985).
Fonte: Folha PE