O bairro Santa Luzia, que integram a Bacia do Dom Avelar vive um caos no saneamento básico e esse foi um dos assuntos do Nossa Voz nos Bairros desta sexta-feira (30). Como a obra está inacabada desde 2010, a população é obrigada a conviver com esgotos estourados e, sem rede pronta, alguns moradores precisam até esgotar a água suja pra evitar que os rejeitos voltem pela encanação das casas. Toda essa problemática vem sendo agravada ao longo desses 28 anos de existência da comunidade e a prefeitura de Petrolina e a Compesa ainda não chegaram em a um entendimento.
Para falar sobre possíveis soluções para a comunidade, o Nossa Voz nos Bairros convidou a coordenadora regional da Compesa, Nadja Alencar e o diretor presidente da Armup, Rubem Franca. O principal entrave no setor de esgotamento sanitário é mesmo a rede que não foi concluída.
Segundo a representante da Compesa, o valor de R$ 38 milhões empenhados pela companhia para investimento em Petrolina está em fase de licitação, mas antes disso, Najda Alencar fez questão de justificar porque a Compesa não finalizou o trabalho feito na Bacia do Dom Avelar pela gestão passada da prefeitura do ex-prefeito Julio Lossio.
“Quando nós fomos avaliar, no passado, a obra feita pelo município, é uma obra muito mal feita. (…) Realmente foi observado que era impossível receber uma obra tão mal feita. (…) O investimento era muito alto. (…) Existem muitas áreas que não foi executado nada. As pessoas têm os esgotos nas portas mesmo. Então, foi necessário fazer um levantamento geral e um projeto pra que, realmente, torne os bairros saneados”, destacou.
No entanto, o diretor presidente da Armup discordou de coordenadora da Compesa em Petrolina. “Eu sempre coloco que a Compesa é a concessionária da prefeitura, qualquer que seja o prefeito da cidade, caberia a Compesa receber principalmente, o serviço que foi feito pelo município. Se tinha defeitos, caberia à Compesa receber e consertado os defeitos. (…) Se, em 2010, a Compesa tivesse recebido o sistema, não estaríamos aqui debatendo esse problema”, afirmou Rubem Franca, destacando que os defeitos na obra não eram na gravidade colocada pela Compesa.
Ainda segundo Rubem, com pouco mais de R$ 6 milhões, a prefeitura vai colocar a rede que já existe para funcionar, ou seja, vai reparar as deficiências do projeto inicial. “Ontem foram abertos os envelopes de preço e a licitação está analisando os preços pra ver quem é o vencedor”, destacou explicando que, assim que iniciada, em oito meses a obra estará concluída.
Já com relação aos investimentos prometidos pela Compesa existe um entrava. Por causa da insegurança jurídica existente, a Compesa quer que a prefeitura faça uma trégua pra investir o dinheiro, ou seja, a companhia espera que a licitação para escolha da nova concessionária para os serviços de água e esgoto em Petrolina teria que ser suspensa até o final do investimento.
“A Compesa agora conseguiu abrir uma cláusula na licitação, onde ela não se obriga a executar se não tiver uma trégua por parte da prefeitura. Porque a gente está querendo investir esse recurso pra população. Senão a gente poderia perder esse recurso”, pontuou a coordenadora estimando que, se houver acordo, no começo de 2020 a obra deve ser iniciada.
Segundo Najda, para que esse investimento seja feito, a prefeitura teria que permitir que a prefeitura continue em Petrolina, pelo menos, até o fim da obra. Rubem Franca afirmou que desconhece essa cláusula citada e, além disso, está em curso o processo para escolha de uma nova concessionária, que deve substituir a Compesa em Petrolina. “Primeiro que a gente tem que conhecer que cláusula é essa. (…) Ela é nossa concessionária, são nossos contratados, não podem fazer nada a nossa revelia. (…) Está em curso o processo de uma nova concessão, isso o prefeito não abre mão”, assegurou Rubem Franca.