Lula quer aperfeiçoar multilateralismo e parcerias na América Latina

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira (13), durante viagem à China, o aperfeiçoamento do multilateralismo e o fortalecimento das parcerias entre os países da América Latina e Caribe.

Na avaliação do presidente, estes são fatores relevantes para influenciar as Nações Unidas e dar a ela uma representatividade mais diversa e de acordo com o atual contexto geopolítico.

“A solução para a crise do multilateralismo não é abandoná-lo, mas sim aperfeiçoá-lo. A América Latina e o Caribe podem contribuir elegendo a primeira mulher secretária-geral da ONU e honrando, assim, o legado da Conferência de Pequim sobre os direitos das mulheres”, disse Lula sem especificar quem seria essa mulher.

Segundo Lula, a governança global “já não espelha a diversidade que habita a Terra”.

“E esse anacronismo tem impedido que se cumpra o propósito de evitar o flagelo da guerra, inscrito na Carta das Nações Unidas”, acrescentou.

China

As afirmações foram feitas durante a abertura do IV Fórum da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Pequim. 

Na oportunidade, ele ressaltou a importância da aproximação entre os países participantes do fórum, destacando o papel relevante da China para o desenvolvimento da região.

China já é o segundo maior parceiro comercial da Celac e um dos mais importantes investidores na América Latina e no Caribe. Segundo ele, isso fica evidente sobretudo na área de infraestrutura.

Alerta

Em tom de alerta aos países participantes do encontro, Lula disse que “o futuro da América Latina depende do nosso comportamento; da análise justa do que aconteceu no século XX, onde nós avançamos, e onde nós retrocedemos, para que a gente compreenda de uma vez por todas: não há saída para nenhum país individualmente”.

“Nós temos 500 anos de histórias que provam isso. Ou nós nos juntamos entre nós, e procuramos parceiros que queiram, junto conosco, construir um mundo compartilhado, ou a América Latina tende a continuar sendo uma região que representa a pobreza no mundo de hoje. É importante que a gente compreenda. Depende, pura e simplesmente, se a gente quer ser grande ou a gente quer continuar pequeno”, acrescentou.

Assimetrias

Na avaliação de Lula, a relação entre a Celac e China pode fortalecer os setores industriais em áreas de ponta como, por exemplo, a Inteligência Artificial.

“A revolução digital não pode criar um novo abismo tecnológico entre as nações. O desenvolvimento da Inteligência Artificial não deve ser um privilégio de poucos. Uma transição justa para uma economia de baixo carbono também exige amplo acesso a tecnologias de energia limpa”, complementou.

Fonte: Agência Brasil